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ESPECIAL UFT 20 ANOS

A UFT através da Linha do Tempo

Por Denise Neves e Joice Danielle Nascimento | Revisão: Paulo Aires | Publicado: Sexta, 17 de Março de 2023, 08h00 | Última atualização em Quarta, 05 de Abril de 2023, 14h46

Confira alguns fatos que marcaram a história  da Universidade Federal do Tocantins ao longo dos seus 20 anos de implantação

Desde de 2003, ano em que foi implantada no Tocantins, a UFT percorreu um longo caminho. De lá para cá, foram anos de luta, entrega e empenho de professores, servidores, técnicos-administrativos e estudantes que acreditaram e continuam acreditando na estruturação de  uma Universidade Federal de qualidade, no Tocantins, que possa contribuir para o desenvolvimento da região norte e do País. 

Como forma de resgatar a memória e identidade da Universidade Federal do Tocantins, ao longo desses 20 anos de implantação, que será celebrado em 15 de maio de 2023, preparamos uma Linha do Tempo. Nela, lembramos com carinho alguns dos principais marcos históricos da UFT. O material conta com as datas e imagens do que a Universidade teve de mais emblemático, que começou com o movimento de federalização SOS Unitins até o desmembramento de dois câmpus da UFT (Araguaína e Tocantinópolis), com a criação da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT).

 

2000 - S.O.S Unitins

A história da UFT começa no início do ano 2000, quando estudantes da então Universidade do Tocantins (Unitins) instauram o movimento S.O.S Unitins, como resposta às movimentações governamentais do Estado que previam a privatização da Universidade, o que culminaria na cobrança de mensalidade. A mobilização, encabeçada pelos estudantes universitários, teve como base passeatas nas maiores cidades do Tocantins, paralisação das aulas e até greve de fome. A movimentação discente  na defesa do ensino público, gratuito e de qualidade sensibilizou toda a sociedade tocantinense, culminando na aprovação da Lei n° 10.032, de 23 de outubro de 2000, pelo Congresso Nacional,  que cria a Universidade Federal do Tocantins (UFT).

2003 - A Universidade Federal do Tocantins é implantada

Mas é em 2003 que o sonho de uma universidade federal no Tocantins se torna realidade. Em 15 de maio desse ano, a UFT é oficialmente implantada com a posse dos primeiros professores e servidores, dando início às suas atividades. Com a implantação, a UFT incorporou os mais de 5 mil alunos, 25 cursos de graduação, um mestrado, equipamentos e toda a estrutura física dos câmpus já existentes na Unitins. Assim, torna-se uma universidade multicampi, estando presente nas duas mesorregiões do Estado do Tocantins, nas cidades de Araguaína, Arraias, Gurupi, Miracema, Palmas, Porto Nacional e Tocantinópolis.

2004 - Primeiras Formaturas da UFT

As primeiras turmas a se formarem na UFT  foram as chamadas “turmas de transição" , do processo de federalização da Universidade, que concluíram as graduações no semestre de 2003/02. Esses estudantes ingressaram no ensino superior pelas portas da Unitins, mas saíram formados com um diploma chancelado pela então recém-criada UFT, no início do ano 2004, quando começaram essas primeiras cerimônias de formaturas da Universidade. A primeira turma formada pela UFT foi a de Direito, no dia 05 de fevereiro de 2004, mas o primeiro graduado pela UFT não fazia parte dessa turma. Renato Prado, estudante de Engenharia Ambiental, entrou para a  história da instituição, ao colar grau em uma solenidade no gabinete do então reitor Alan Barbiero, horas antes da cerimônia que diplomou a turma de Direito.  

2005 - Implantação das Cotas

A UFT também fez história no que se refere à democratização do acesso ao ensino superior no Brasil, ao se tornar a primeira universidade brasileira a instituir o sistema de cotas para estudantes indígenas. Em 2004, através da resolução elaborada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) e pela Secretaria Especial para Promoção de Políticas de Igualdade Racial (Seppir), a UFT reservou 5% das vagas de seu vestibular para candidatos indígenas, decisão que entra em vigor em 2005. Desde então, mais de 700 estudantes indígenas de todo o país já ingressam na Universidade.

2006 - Adesão do Centro de Pesquisas Canguçu

Com objetivo de expandir seu potencial de pesquisas, em 2006, a UFT torna-se administradora do Centro de Pesquisa Canguçu (CPC).  Localizado no município de Pium, sudoeste do Estado. O CPC está entre as duas importantes Unidades de Conservação: o Parque Nacional do Araguaia e o Parque Estadual do Cantão, a área é caracterizada como região ecotonal, por apresentar peculiaridades de cerrado e floresta amazônica. Inaugurado em 05 de agosto de 1999, o CPC pertence ao Instituto Ecológica, mas através do acordo firmado com a UFT, o Centro passou a ser administrado por um comitê gestor da Universidade, que está vinculado à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (Propesq).

2007 - Primeiro Vestibular feito integralmente pela UFT

Em 2007 a UFT  dá mais um passo importante para sua autonomia e implanta sua Comissão Permanente de Seleção (Copese), o que possibilita a realização do primeiro vestibular promovido integralmente pela Universidade. Com a instituição da Copese, todas as etapas da realização dos processos seletivos da UFT  passam a ser de responsabilidade da própria Universidade, desde a elaboração das provas até a logística de aplicação e apuração dos resultados.  A Copese também realiza outros processos seletivos de instituições e órgãos no Tocantins.

2008 - Adesão ao Reuni e primeiro curso de Doutorado da UFT

DCIM@GOPROEm 2008, a UFT dá mais um passo importante para sua expansão e adere ao Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), programa criado pelo Governo Federal, em 2007, com objetivo de ampliar o acesso e permanência no ensino superior. Esse feito ampliou as possibilidades de crescimento da UFT, que a partir dos recursos do Programa,  criou 14 novos cursos de graduação, investiu em pessoal e infraestrutura, principalmente nos câmpus de Araguaína, Gurupi e Palmas. Ainda em 2008, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) aprovou a criação do primeiro curso de doutorado da UFT, o doutorado em Ciência Animal Tropical, no Câmpus de Araguaína. 

2009 - UFT adere ao Parfor

No dia 23 de abril de 2009, a UFT dá mais um passo importante de sua história.  Através de Resolução do Conselho Universitário (Consuni), aprovada nesta data, a Universidade adere ao Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor), e passa  a ofertar turmas especiais em cursos de licenciatura para professores em exercício na rede pública de educação básica. A adesão ao Parfor garante que estes profissionais, através dos espaços da UFT, possam obter a formação exigida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e contribuam para a melhoria da qualidade da educação básica no país.

2010 - Criação do Padu

Com o objetivo de proporcionar a alunos de escola pública, no último ano do ensino médio, a oportunidade mais ampla de ingressar em seus cursos de graduação, a UFT cria, através da Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários, em 2010, o Programa de Acesso Democrático à Universidade (Padu). O Padu tem como principal finalidade, preparar alunos de escolas públicas e comunidades carentes, por meio de cursinhos pré-vestibulares gratuitos,  para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e outros vestibulares.

2013 - HDT é doado à UFT

Como reconhecimento do papel da Universidade Federal do Tocantins no desenvolvimento de pesquisas na área de Medicina no Tocantins, o governo do Estado doa à UFT, em 2013, o Hospital de Doenças Tropicais (HDT) e da Fundação de Medicina Tropical (Funtrop), ambos localizados em Araguaína. O projeto de lei que oficializou a doação foi sancionado em 02 de setembro de 2013. Com a incorporação do HDT, unidade especializada no tratamento de doenças infectocontagiosas e parasitárias, atuando como referência para o município de Araguaína e região, abriu-se a possibilidade para a criação do curso de Medicina em Araguaína.

2014 - Inauguração do primeiro Restaurante Universitário 

Em 16 de junho de 2014, a UFT inaugurava o seu primeiro Restaurante Universitário. O primeiro RU foi instalado no Câmpus da UFT em Palmas com a proposta de oferecer aos estudantes, servidores e comunidade externa um cardápio balanceado e saudável, que sempre inclui arroz, feijão, saladas, guarnição, carne e opção vegetariana. Com capacidade para servir até 2,5 mil refeições diárias, entre almoço e jantar, o RU trouxe mais comodidade e qualidade de vida para a comunidade acadêmica, que passou a ter acesso a uma alimentação saudável por um preço acessível.

2015 - Regulamentação do Nome Social

Em março de 2015, a UFT dá mais um passo importante na sua trajetória e regulamenta o uso do nome social de travestis e transexuais nos registros acadêmicos da instituição. A portaria que garantiu a medida foi assinada pelo reitor Márcio Silveira  e publicada no dia 26 de março daquele ano, no Boletim Oficial da Universidade. A partir de então, ficou instituído que  o nome social seria registrado em diários de classe, cadastros, fichas, formulários, listas de presença, divulgação de notas, carteiras, nome do usuário no portal, resultado de editais, tanto impressos quanto os emitidos eletronicamente pelo sistema oficial de registro e controle acadêmico e demais documentos internos da Universidade.

2016 - Inauguração do Complexo Olímpico e da Rádio Universitária

Em 2016, dois fatos importantes marcaram a história da Universidade Federal do Tocantins. O primeiro deles foi a inauguração da Rádio Universitária da UFT, em 29 de março daquele ano. A UFT FM, sintonizada na frequência 96,9, significou um avanço para a Universidade e também para o Estado, com a veiculação de informação, cultura e diversidade. Pouco mais de um mês depois, em 06 de maio de 2016, a UFT inaugurava pista internacional de atletismo do Complexo Olímpico Heróis do Araguaia. Com oito raias de 400 metros, uma pista de 100 metros, duas pistas de salto com vara, duas pistas de salto triplo e extensão, duas bases para lançamento de peso, uma pista para lançamento de dardo, duas pistas para salto em altura, e outras duas pistas para salto com vara, essa foi a primeira Pista de Atletismo do Tocantins com padrão internacional.

2017 - Primeira patente internacional e realização do primeiro fórum estudantil  

O ano de 2017 também foi marcante para a UFT. Em 07 de abril daquele ano, era realizado o 1° Fórum de Assistência Estudantil e Comunitário da Universidade. A realização do Fórum partiu de uma iniciativa da gestão da então reitora Isabel Auler e do vice-reitor, Luis Eduardo Bovolato, com objetivo de proporcionar um espaço permanente e democrático de diálogo para que os próprios estudantes pudessem debater e apresentar propostas para a Política de Assistência Estudantil da UFT . O professor Kherlley Caxias Barbosa, pró-reitor de Assuntos Estudantis, destaca a importância dessa ação para a história da Universidade: “O Fórum Permanente de Assistência Estudantil da UFT foi e é essencial para efetivar a gestão democrática da política de assistência estudantil, já que possibilita a participação ativa dos estudantes nas discussões e decisões referentes à assistência estudantil, sobretudo dos estudantes com vulnerabilidade socioeconômica. O Fórum é a instância em que os estudantes apresentam suas demandas nas assembleias locais nos câmpus e na assembleia geral. Essas demandas são discutidas e encaminhadas para a tomada de decisão por parte da gestão superior. É uma instância consultiva da gestão”.

Em setembro de 2017, a UFT celebrou mais uma conquista, seu primeiro pedido de patente internacional pelo Tratado de Cooperação de Patentes (PCT), em parceria com o Instituto Federal do Tocantins (IFTO). A criação que deu origem ao pedido de patente consiste em produzir açúcar fermentescível, ou seja, que pode ser convertido em álcool (etanol) – tendo como fonte de matéria-prima a quitosana, presente em crustáceos e insetos. O experimento, que contribui para elevar o nome da instituição a nível internacional, foi desenvolvido no Laboratório de Pesquisas em Produtos Naturais - UFT (LPPN-UFT).

2019 - Uma nova Universidade: UFNT

UFT e MEC assinam assinatura para tutoria da UFNTNo ano de 2019, a UFT cede parte de sua estrutura para a criação da Universidade Federal do Norte do Tocantins – UFNT. A proposta para a criação da UFNT foi assinada em 2016, mas somente em 08 de julho de 2019, pela Lei 13.856, a nova Universidade surgiu. Com sua criação, estava previsto o desmembramento da UFT, onde os Câmpus de Araguaína e Tocantinópolis e toda sua estrutura física e de pessoal, seus cursos de graduação e pós-graduação, além do Hospital de Doenças Tropicais e a Fundação de Medicina Tropical de Araguaína conquistariam autonomia financeira e pedagógica. A professora Ana Lúcia de Medeiros, presidente da Comissão de Transição da UFT para UFNT destaca a importância de se ter uma Universidade no Centro Norte do Tocantins, para que novas possibilidades e potencialidades pudessem ser mais bem exploradas. Para ela, “com a criação da UFNT é possível contribuir mais com o desenvolvimento não só da Região, como também do Estado do Tocantins”. Atualmente, a UFNT possui uma estrutura com sete pró-reitorias, três superintendências, um instituto de inovação e de internacionalização, Consuni e Consepe instituídos e tem autonomia em diversas áreas. Apenas algumas áreas ainda estão atreladas à UFT, tais como Pró-Reitoria de Graduação e Processos Seletivos, Áreas de Tecnologia de Informação, Administrativa – contratos e compras e de Gestão de Pessoas.

2020 - Curricularização da Extensão

Mantendo sua tradição de estar sempre inovando e se adequando ao perfil dos estudantes, a UFT aprova em 2020 a curricularização da extensão universitária. Em reunião  Extraordinária do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe),  realizada em 08 de dezembro daquele ano, ficou decidido  a inclusão das atividades de extensão nos  currículos de todos os cursos de graduação. A inserção da extensão nos currículos funciona como a creditação de um percentual de 10% na carga horário total do curso em programas e projetos de extensão cadastrados na Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários (Proex). Para a professora Maria Santana Milhomem, pró-reitora de Extensão Cultura e Assuntos Comunitários da UFT, a curricularização da extensão na Universidade é um passo muito importante na história da UFT porque aproxima a formação dos estudantes da realidade que vão encontrar no mercado de trabalho e na vida: “A extensão como obrigatória nos currículos dos cursos é importante para que a Universidade se conecte com a sociedade através de práticas curriculares interdisciplinares, interprofissional, indissociável e que tenha impacto na formação do estudante”. 

2022 - Criação da InovaTO e atualização dos PPCs dos cursos de graduação

Em 2022, mais precisamente em 23 de maio, tivemos a criação da InovaTO - Agência de Inovação, Empreendedorismo e Relações Interinstitucionais da UFT, criada através da Portaria GAB/UFT nº 474, e que foi oficialmente lançada no dia 29 de Setembro de 2022. Sua finalidade é integrar em uma única estrutura administrativa a gestão da propriedade intelectual, do empreendedorismo, da transferência de tecnologia e das relações interinstitucionais, promovendo a necessária sinergia dessas atividades e a disseminação da cultura empreendedora no âmbito da UFT. Para Cláudia Auler, diretora de Inovação e Transferência de Tecnologia da InovaTO, “estamos em um ambiente de construção de uma nova forma de pensar e agir na universidade, sempre respeitando as diferenças regionais e a vocação dos câmpus, trabalhando para que a UFT seja reconhecida como uma das principais fontes de informação para inovação e para o desenvolvimento no Estado do Tocantins e em toda região de abrangência da Amazônia Legal”.

Dando continuidade ao seu processo de constante atualização, a UFT aprova  também em 2022 novos Projetos Pedagógicos Curriculares (PPCs) de seus cursos de graduação. Em 07 de dezembro de 2022, em reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), 17 cursos de graduação da Universidade ganharam novos PPCs, o que significa que 40% dos cursos de graduação da Universidade já apresentaram a reformulação dos seus PPCs. A atualização dos mesmos vai de encontro com a curricularização da extensão, as diretrizes estabelecidas no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e no Projeto Pedagógico Institucional (PPI) 2021-2025 da UFT, dentre as quais se destacam princípios da chamada “Educação 4.0”, como o incentivo à inovação pedagógica e à adoção de metodologias ativas de ensino. 

2023 - UFT 20 anos

Em 15 de maio deste ano, a UFT fará 20 anos de implantação. São duas décadas de conquistas, progressos e muitos sonhos realizados. Sentimento que fica evidente nas palavras do professor Luis Eduardo Bovolato, atual reitor da Universidade e que esteve presente em todos os momentos marcantes da UFT, desde sua implantação. Bovolato ingressou na Universidade pelo primeiro concurso, em 2023, e tomou posse no exato momento da implantação da UFT. Atuou como professor, diretor do Câmpus de Araguaína, vice-reitor e está no seu segundo mandato como reitor da UFT. Fazendo um balanço da UFT até aqui, ele destaca o papel da Universidade para o desenvolvimento do Tocantins e da Região Norte: “A UFT é um grande case de sucesso aqui no Tocantins, uma instituição de referência aqui no Tocantins no que diz respeito ao ensino público. Já colocamos no mercado de trabalho, preparamos e qualificamos muitas pessoas. Então a Universidade foi, é e continua sendo um grande agente que colabora com o desenvolvimento, à medida que aqui nós não só formamos bons profissionais, mas também desenvolvemos pesquisa de qualidade e bons projetos de extensão. A Universidade participa ativamente, através de suas representações nos diferentes conselhos de categoria, nos conselhos de profissões, tem uma interação muito forte com a sociedade civil organizada, com as instituições de maneira geral, de forma que a UFT é um agente que colabora com o desenvolvimento do nosso Estado e da nossa região”.

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