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Humanização

Usuários com sequela da hanseníase ganham autonomia por meio da tecnologia assistiva em 3D

Por Daianni Parreira| Revisão: Paulo Aires | Publicado: Terça, 29 de Março de 2022, 09h20 | Última atualização em Terça, 29 de Março de 2022, 10h13

“Avaliar o impacto que a tecnologia assistiva em 3D terá nas atividades diárias do usuário com sequela da hanseníase”, este é o principal foco do projeto de extensão desenvolvido pelo serviço de Terapia Ocupacional, Odontologia, Fisioterapia, Medicina (profissionais e acadêmicos), entre outros, do Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT/Ebserh), em parceria com o Parque Tecnológico de Empreendedorismo, Qualificação e Inovação (Pequitec) do Centro Universitário Tocantinense Presidente Antônio Carlos (Unitpac).

A terapeuta ocupacional Cinthya Martins conta que durante muito tempo vem tentando diversas alternativas para atender os pacientes com sequela da hanseníase, de modo que eles possam realizar atividades corriqueiras como escovar os dentes, abrir uma porta, pentear o cabelo, ou levar o talher à boca para se alimentar. Deste modo, se utilizava de materiais descartáveis, e de baixo custo para confecção manual dessas adaptações.

“Neste contexto surgiu a parceria com o parque tecnológico do UNITPAC, que dispõe de impressora 3D. Então nós demandamos o molde, e eles produzem esse item que é doado ao usuário que, em terapia, é acompanhado por uma equipe multiprofissional do HDT-UFT, conforme a limitação dele”. 

A coordenadora de inovação do UNITPAC, Elizane Mesquita, explica como é realizado o processo: “Através dos protótipos disponibilizados pela terapeuta ocupacional, é possível transformar o projeto digital em peça física, utilizando uma impressora 3D. Trata-se de uma Raise 3D Pro2 Plus, que tem capacidade de imprimir peças complexas, suporta vários tipos de filamento e tem uma velocidade de produção excelente. O filamento utilizado para impressão das peças foi o PLA (ácido polilactídeo), que consiste em um plástico biodegradável, bastante utilizado no mercado.

Com o arquivo do protótipo baixado no computador, é possível fazer alterações/adaptações de acordo com a necessidade do paciente. Esse processo de alteração é realizado através do software da própria impressora que fica instalado no computador da instituição, ou por meio do programa online de modelagem tridimensional chamado Tinkercad, que roda em navegador web.

“Finalizadas as alterações da peça, o projeto é enviado à impressora para iniciar o processo de produção; a impressora Rise 3D é conectada ao computador por meio da rede de internet. O tempo de impressão varia de acordo com cada peça, mas o tempo médio está entre 4 e 5 horas, para a peça ser finalizada”, conclui a coordenadora.

Cinthya ressalta que as adaptações podem contribuir para melhora da autonomia, autoestima, independência do paciente: “E outro objetivo é propiciar um trabalho especializado com a participação de equipe multiprofissional, interdisciplinar e entre instituições para o bem do usuário atendido no HDT-UFT. Além ainda do impacto socioeconômico que a distribuição gratuita dessas tecnologias pode ter na vida do usuário do SUS”.

A estudante Estéfane Silva faz uso de vários desses itens e conta que auxilia muito no seu dia a dia porque, segundo ela, tem perda de força nas mãos e falta de tato, então dá segurança também para não se machucar: “Abrir uma tampa de garrafa para muitos é uma atividade simples, mas para quem tem sequelas é muito difícil, então esses produtos estão fazendo a diferença na minha vida”, disse.

Já a Senhora Rosângela Silva que ainda não faz uso dessas adaptações, em consulta com a terapeuta ocupacional, falou de sua vontade de voltar a fazer crochê. A profissional, após fazer a demonstração de alguns itens disponíveis no consultório, prometeu fazer o estudo para atender a necessidade da paciente.

Clique aqui e confira o vídeo com mais informações sobre o projeto.

Sobre a Rede Ebserh

O HDT-UFT faz parte da Rede Ebserh, desde fevereiro de 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.

Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede de Hospitais Universitários Federais atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.

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