A primeira edição da Semana Multiprofissional do Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT), instituição filiada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) teve início nesta segunda-feira (15). O evento online segue até sexta (19), e conta com 196 inscritos, palestrantes de renome nacional de vários Estados que trazem reflexões acerca do tema central, “Acolhimento, humanização e linhas de cuidado”.

Na solenidade de abertura, estavam presentes o reitor da UFT, Luis Eduardo Bovolato, o reitor pro-tempore da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT), Airton Sieben, os gerentes Administrativo, Missael Araújo e o de Atenção à Saúde, Hilário Fábio, a gerente de Ensino e Pesquisa, Daniella Pereira e o superintendente, Antônio Oliveira dos Santos Júnior, além dos empregados do HDT-UFT e de outros hospitais da Rede Ebserh, estudantes, residentes, comunidade acadêmica da UFT, da UFNT, e de demais instituições de ensino superior.

O gestor do HDT-UFT deu as boas-vindas aos participantes e convidados, e agradeceu aos profissionais que direta ou indiretamente se empenharam para a concretização do evento. “A temática principal é a intervenção multidisciplinar no cuidado prestado aos nossos pacientes. A somatória de esforços de forma coordenada e orientada para um único objetivo sempre será muito mais eficiente do que a ação isolada de cada especialista fazendo sua parte. Esperamos que os debates sejam frutíferos”, finalizou o superintendente.

Como grande parte dos empregados da instituição trabalham por escala, para viabilizar o maior número de participação, toda a programação vem ocorrendo em dois dias de forma repetida. “Muito boa a programação, os palestrantes são ótimos e as temáticas essenciais para o momento que estamos vivendo. Pena que não dá para assistir novamente os mesmos temas” comentou a mestranda do programa Ensino Ciências e Saúde da UFT, Elzivania de Carvalho silva.

A técnica em enfermagem Jorlene da Silva Costa, também falou sobre a importância do evento. “Na atual situação pela qual estamos passando, com a pandemia da Covid, implantar e aplicar efetivamente o atendimento humanizado e individualizado no ambiente hospitalar se faz extremamente necessária. Cada paciente tem suas especificidades, necessidades e aspirações para com o atendimento em saúde. A semana multiprofissional nos trouxe a oportunidade de expandir nossa compreensão sobre a importância do atendimento humanizado, interdisciplinar e mútuo para promover a recuperação de nossos pacientes”.

Temas abordados

O palestrante e professor da Universidade Estadual do Ceará, Erasmo Miessa Ruiz ressaltou sua satisfação em participar da Semana. “Adorei contribuir com o evento. “Poder atingir as pessoas com reflexões sobre o trabalho em saúde, mesmo nestas condições de pandemia onde temos que lançar mão de tecnologias para contato remoto, é sempre muito relevante”.

Ruiz na palestra de abertura explanou sobre o conceito de humanização com enfoque nos princípios diretrizes e dispositivos da Política Nacional de Humanização (PNH). Na mesa redonda, discutiu os conceitos de cuidado compartilhado e trabalho interprofissional como alicerces para a prática de uma clínica ampliada. “Foi gratificante estar no evento podendo realizar troca de experiências”, concluiu.

A professora Dulce Maria Toledo Zanardi, da Unimed de Campinas (SP) em sua fala trouxe alguns conceitos de incentivo à formação da clínica ampliada, composta pelas equipes multidisciplinares. “O paciente tem que ser visto na sua integralidade, além dos conceitos biológicos das informações da doença em si, tem que ser levado em conta, as questões sociais, psicológicas, e diversos profissionais de saúde tem que contribuir para que consigamos oferecer ao nosso paciente o melhor tratamento, utilizando também a técnica do Plano Terapêutico Singular (PTS)”.

Com relação ao acolhimento, preconizado pela PNH, o professor Sinvaldo dos Santos, do município de Mateiros (TO)/Ministério da Saúde, disse que acredita ter atingido o objetivo do debate porque segundo ele, é um tema muito interessante que nos faz refletir até como usuário do SUS, muitas vezes não nos colocamos do outro lado e com isso nós possamos desenvolver essa habilidade de acolher e ser acolhido, saber escutar, saber ouvir e estamos trabalhando de forma dinâmica os nossos sentidos da audição, da visão, do tato, paladar e a intuição.

“O acolhimento serve para gente verificar nossa forma e meio de como estamos atendendo o usuário, principalmente na escuta das pessoas. Vai fortalecendo o trabalho das equipes, dos profissionais nessa Rede de Atenção à Saúde, e pensando na PNH na PEP, nas redes de atenção a saúde só vai cada vez mais fortalecendo os vínculos dos profissionais da saúde e da gestão”, finalizou.

Confira a programação completa aqui.

O projeto

A Semana Multiprofissional é uma iniciativa da Divisão de Gestão do Cuidado (DGC) como parte do Plano de Desenvolvimento de Competências. O evento é voltado aos colaboradores das áreas assistenciais e residentes, e tem como objetivo proporcionar momentos de debate acerca de assuntos relevantes para os profissionais, demonstrando de forma crítica e reflexiva a importância da interligação de saberes entre as diversas áreas profissionais frente aos novos cenários e desafios do setor de saúde no Brasil.

Sobre a Rede Ebserh

O HDT-UFT faz parte da Rede Ebserh desde fevereiro de 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.

Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede de Hospitais Universitários Federais atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.

Matéria originalmente publicada aqui.