Professora de Engenharia Florestal publica artigo sobre nova ameaça à eucaliptocultura
A nova espécie Chrysoporthe puriensis é uma ameaça emergente para a eucaliptocultura no Brasil.
Descobrir uma ameaça às florestas e alertar as pessoas sobre isso parece coisa de desenho animado, não é? Mas foi exatamente isso o que fez a professora Mara Elisa Oliveira, do curso de Engenharia Florestal, no Câmpus de Gurupi.
Em outubro, Mara publicou o artigo “Chrysoporthe puriensis sp. nov. from Tibouchina spp. in Brazil: an emerging threat to Eucalyptus” na revista Australasian Plant Pathology Society Inc. O trabalho foi realizado em parceria com o Laboratório de Patologia Florestal da Universidade Federal de Lavras, Lavras (MG), e com Instituto de Biotecnologia Florestal e Agrícola (Fabi) da Universidade de Pretória, Pretoria, África do Sul.
A pesquisa
Ela é coordenadora do Laboratório de Patologia Florestal da UFT, com estudos que abordam principalmente doenças em espécies florestais nativas e exóticas. Uma das pesquisas é sobre a diversidade de fungos pertencentes à família Cryphonectriaceae no Brasil. Nesta família inclui alguns dos mais importantes patógenos de árvores. Como por exemplo, as espécies de Chrysoporthe que causam o cancro do eucalipto no Brasil e no mundo.
“Durante a coleta de isolados para o estudo, encontramos uma espécie aparentemente desconhecida de Chrysoporthe associada ao cancro e causando morte em Tibouchina spp., uma planta nativa do cerrado e da mata atlântica conhecida como quaresmeira. Este patógeno foi submetido a estudos filogenéticos baseados em sequências de DNA e as análises revelaram ser um novo táxon que foi então descrito como Chrysoporthe puriensis. Testes de patogenicidade foram conduzidos em duas espécies de Tibouchina (T. granulosa, T. heteromalla) e em híbridos de Eucalyptus grandis x E. urophylla. Chrysoporthe puriensis mostrou poder infectar e causar doenças em todas essas árvores”, explica a pesquisadora.
As evidências resultantes deste estudo sugerem que o novo patógeno não é apenas prejudicial para Tibouchina spp. nativas, mas também potencialmente ameaçador para Eucalyptus spp., que são a base da grande indústria de plantações florestais no Brasil. “Portanto, Chrysoporthe puriensis precisa ser considerado e incluído em programas de triagem durante a seleção de clones de eucalipto no Brasil”, conclui.
Figura: Estruturas de frutificação de Chrysoporthe puriensis. (a)
Ascostroma na casca do hospedeiro. (b) Seção longitudinal através
ascostroma. (c) Asci. (d) d1 = Ascósporos, d2 = Conídio. (e)
Conidioma na casca do hospedeiro. (f) Seção longitudinal através
conidioma. (g) Tecido de textura globulosa (g1), textura
epidermoidea (g2) e Textura porrecta (g3) para o pescoço. (h)
Conidióforos. (i) Parafises. (j) Conidia. Barras de escala: a, b, e, f
(100 μm); g, i (20 μm); c, d, h, j (10 μm).
O que é a Engenharia Florestal?
De modo geral, podemos classificar a Engenharia Florestal como uma área de estudo das Ciências Exatas, voltada especificamente para o uso sustentável dos recursos naturais e para a produção e comercialização de produtos florestais, sempre levando em consideração o respeito e o cuidado com o meio ambiente.
Com a necessidade crescente de equilibrar o progresso e a preservação dos recursos naturais do planeta, a carreira vem ganhando cada vez mais importância tanto nos setores acadêmico e de pesquisa quanto no empresarial. Neste último, o profissional fica responsável por avaliar o potencial dos diversos ecossistemas e planejar o crescimento dos negócios sem descuidar da flora e da fauna locais.
PSC 2020/2
E você já fez sua inscrição no PSC 2020/2? As inscrições são online e seguem até o dia 29 de novembro! O Curso de Engenharia Florestal é ofertado no Câmpus de Gurupi e tem diversos projetos e ações para que o aluno possa desenvolver habilidades para atuar no mercado.
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