Alunos da UFT participam de oficina sobre bioconstrução em comunidade quilombola
Discentes dos cursos de Arquitetura e Urbanismo, Economia e Administração da Universidade Federal do Tocantins (UFT) participaram no ultimo domingo (18) de uma oficina de bioconstrução, na comunidade quilombola Barra da Aroeira, localizada no município de Santa Tereza do Tocantins, a 98 km de Palmas. A oficina fazia parte do Programa de Extensão Raios de Sol, do Núcleo de Economia Solidária (NESoL).
O professor do curso de Arquitetura e coordenador do eixo da Biocontrução no Projeto narra que na oficina a comunidade quilombola fez uma demonstração de como produzir tijolos de terra crua (adobe), e depois, com amostras de tijolos já secos , também construíram um pequeno muro. “Coletamos material para fazer as devidas análises técnicas na UFT, e com isso, teremos a exata dimensão da sua qualidade e formas de uso, para uma construção segura e sustentável”, disse. Também participa do projeto o professor Marcos Santos.
Segundo o professor, a bioconstrução permite recuperar técnicas e materiais de construção típicos dos quilombos, que possuem um rico conhecimento tradicional. "Isso combinado com a devida análise técnica e incorporação de outras tecnologias sociais, traz um grande potencial de se garantir moradias de menor custo e melhor qualidade, durabilidade e conforto para comunidades carentes”, conta.
Sobre o Projeto Raios de Sol
Segundo o coordenador do Projeto de Extensão, Édi Augusto Benini, o objetivo é constituir uma matriz de trabalho associado, solidário e autogestionário, dentro de uma estrutura de organicidade socioprodutiva. “busca recuperar a tradição da troca, da dádiva e da propriedade e trabalhos coletivos dessas comunidades, e ao mesmo tempo as fortalece, incorporando vetores de estruturação social e institucional da produção, advindos do campo da economia solidária, tais como a moeda social, a cooperativa integral, a autogestão societal e o conceito inovador de renda sistêmica, aonde os rendimentos derivam da produtividade social aglutinada, e não do trabalho individual fragmentado”, explica.
O professor também explica que a bioconstrução seria um dos eixos iniciais de estruturação socioprodutiva do programa, em estágio de formação, junto com os eixos da agroecologia (do qual a bioconstrução é parte), da logística inicial de vendas, compras e trocas coletivas (com o mercado e com outras comunidades), e for fim, a própria estruturação da auto-organização, por meio da constituição da cooperativa integral e implantação de uma moeda social eletrônica.
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