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II SAMA

Arquitetos revelam detalhes da criação do projeto de Palmas

Por Samuel Lima | Publicado: Terça, 14 de Março de 2017, 11h30 | Última atualização em Terça, 14 de Março de 2017, 14h19

Duas palestras recheadas de histórias, detalhes inéditos sobre a escolha do local e também do projeto de construção da capital, Palmas, a última capital planejada do século XX. Os arquitetos Luiz Fernando Cruvinel Teixeira e Walfredo Antunes de Oliveira Filho participaram na manhã desta terça-feira do II Seminário de Arquitetura Moderna na Amazônia (II Sama), no auditório do Centro Universitário Integrado de Ciência, Cultura e Arte (Cuica), no Câmpus de Palmas.

Antunes e Teixeira (e p/ d) contaram detalhes da criação da Capital (Fotos: Samuel Lima)Antunes e Teixeira (e p/ d) contaram detalhes da criação da Capital (Fotos: Samuel Lima)

Teixeira destacou, em sua fala, a parte histórica da criação de Palmas, desde os contatos iniciais com o então deputado federal José Wilson Siqueira Campos (que seria eleito o primeiro governador do Estado) até o detalhamento sobre a ocupação do espaço urbano - foco da palestra de Antunes.

 

Numerologia teria influenciado o nome da capital
Teixeira frisou que, de início, foram escolhidas quatro áreas no centro do Tocantins, mas que a apontada pelo corpo técnico como ideal é a que hoje é ocupada pelo distrito de Luzimangues (município de Porto Nacional). "O então governador Siqueira Campos, entretanto, preferiu a segunda melhor área (Canela), por uma questão de geopolítica - para privilegiar o lado direito do rio Tocantins, historicamente sempre relegado ao segundo plano quanto ao desenvolvimento", revelou Teixeira.

Outra revelação veio em tom bem humorado, e diz respeito ao nome da Capital, que entre outras sugestões passou por Nova Palma, Palma e, por fim, Palmas - "porque a numerologia apontava como o melhor nome", disse Teixeira, entre risos dele e dos presentes.

Auditório do Cuica durante a palestra com os arquitetos Antunes e Teixeira (Foto: Samuel Lima)Auditório do Cuica durante a palestra com os arquitetos Antunes e Teixeira (Foto: Samuel Lima)

Ele ressaltou ainda que eventos como o Sama servem para que haja uma reflexão sobre o processo de ocupação no norte do país. "Esses encontros são ótimos para a ciência, por meio da comunidade científica, fazer uma avaliação, e com isso traçar novos rumos no processo de desenvolvimento", pontuou. Ele frisa que, diferentemente de quando Palmas foi criada, os novos arquitetos têm hoje, à disposição, um aporte tecnológico que permite a aplicação de mais técnica. "Mas a criatividade é a mesma", finalizou.

 

Homenagem
Antunes, logo ao início de sua fala, homenageou o companheiro de projeto, entregando a ele um documento atestado pelo próprio ex-governador Siqueira Campos, de que os dois foram os idealizadores do projeto urbanístico de Palmas. Antunes disse que sem Teixeira o projeto de Palmas talvez não tivesse saído a contento.

Teixeira (e) exibe declaração entregue por Antunes, durante momento de homenagem (Foto: Samuel Lima)Teixeira (e) exibe declaração entregue por Antunes, durante momento de homenagem (Foto: Samuel Lima)

Ao discorrer sobre o processo de criação da cidade, ele apresentou detalhes de seu trabalho de doutoramento, abordando a Forma e a Cidade. Destacou que os dois optaram por elaborar a capital sob um padrão diferente do que já havia. "Palmas não se parece com nenhuma outra cidade; a ocupação é diferente, o zoneamento é diferente, tudo é diferente", pontuou. As primeiras dez quadras foram criadas pelo arquiteto paulistano Ruy Ohtake.

Antunes falou da importância do evento para a região Norte. "São duas coisas importantes: a primeira é a importância da UFT estar sediando um evento de porte nacional e cumprindo seu papel como universidade inserida na Amazônia e discutindo a maneira de fazer as coisas nessa região peculiar; a segunda é que estamos discutindo todas as coisas, inclusive Palmas, à luz de uma nova realidade. Um quarto de século se passou desde a implantação da cidade e isso precisa ser colocado para avaliação e estudo", disse.

 

Pioneiros
Após as palestras de Antunes e Teixeira, uma segunda mesa-redonda foi montada com arquitetos e urbanistas pioneiros da Capital. Participaram da mesa os profissionais de arquitetura Pedro Lopes Junior, Mônica Avelino Arrais, Hildebrando Paz, Riknelson Pereira Luz e Gilberto Kobler Corrêa, sob a mediação da professora Dr.ª Márcia de Camargo.

 Mesa-redonda com arquitetos pioneiros de Palmas (Foto: Elini Oliveira)Mesa-redonda com arquitetos pioneiros de Palmas (Foto: Elini Oliveira)

Programação

Na tarde desta terça-feira ocorrerá uma assembleia do Seminário, com diversas deliberações. O evento é aberto ao público e ocorrerá na sala 21 do Bloco I, no Câmpus da UFT em Palmas. Segundo a organização do evento, deverão ser discutidos assuntos como a revista (Amazônia Moderna) - lançada também na manhã desta terça-feira; a criação de um mestrado em Arquitetura e sobre o próximo Seminário.

Na parte da noite a programação será desenvolvida no Centro Universitário Luterano de Palmas (Ceulp/Ulbra), a partir das 18h, com apresentação de artigos até às 19h30; das 20h às 22h ocorrerá uma mesa-redonda com os professores Dr.ª Grete Soares Pflueger (Uema), Dr. José Alberto Tostes (Unifap), sob a mediação da professora MsC. Marielle Pereira, abordando o tema "Modernidades Amazônicas: Maranhão e Amapá".

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