Com a palestra “A Cobertura dos Escândalos Políticos”, ministrada pelo jornalista, professor e escritor, Leandro Fortes (Revista Carta Capital), chegou ao fim a IX Semana Acadêmica de Comunicação Social/Jornalismo na Universidade Federal do Tocantins. O evento teve como tema: “Mídia e Política: o espetáculo da cidadania”. Na oportunidade, o palestrante abordou questões como as relações de conflito entre mídia, política e as empresas jornalísticas, as vanguardas da área, a defesa do diploma e a criação do conselho da categoria.

O encerramento ocorreu na noite desta sexta-feira (14) no Centro Universitário Integrado de Ciência, Cultura e Arte (Cuica), Câmpus de Palmas. Além da palestra com Leandro Fortes, também houve a mesa de debate: “Mídia, disputa política e implicações jurídicas”, com o publicitário Marcelo Silva, que trouxe um pouco das estratégias adotadas durante a campanha do prefeito eleito de Palmas, Carlos Amastha.

Com um extenso currículo e mais de 25 anos de profissão, Leandro Fortes já veio à capital outras vezes a trabalho, sendo a primeira em 1991. Por isso, ele diz conhecer um pouco do cenário político do Estado. O jornalista comenta que a relação entre mídia e política costuma gerar alguns conflitos. “É uma relação muito conflituosa, quando não incestuosa. A cobertura jornalística da política costuma gerar muitos conflitos, e no Tocantins não é diferente”, destaca.


Ele explica que cobrir a área política é um trabalho que exige muita formação e, principalmente experiência, pois a convivência com políticos é uma das prerrogativas da experiência jornalística. De acordo com ele, a política não é uma boa área para um jovem iniciante na profissão, pois a dinâmica da cobertura política exige mais jogo de cintura, já que a convivência e a relação com os políticos são conflituosas em muitos sentidos. “Os políticos gostam de serem bajulados e têm pavor de serem desnudados, denunciados, colocados de forma fria para a população”, afirmou.

Defesa do diploma - Leandro Fortes diz ser totalmente a favor da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Segundo ele, o problema é que se confunde comunicação com jornalismo. “Jornalismo é uma atividade bem especifica e que exige vocação, formação e experiência. É a formação de uma vida toda", disse. Ele pontua que não basta escrever bem para ser jornalista. “Isto é uma falácia muito perigosa", critica, acrescentando que é uma atividade complexa que exige formação acadêmica.

Conselho - Assim como existem conselhos em outras profissões como a Medicina ou o Direito, Fortes acredita ser fundamental a criação de um Conselho Federal de jornalistas, pois o órgão servirá para analisar o comportamento ético dos profissionais. Ao falar diretamente aos estudantes, Fortes aconselha os jovens a não desistirem da profissão, mesmo sendo uma área trabalhosa. Ele também alerta que o jornalista não pode ser preguiçoso e nem tímido, e concluiu dizendo que a profissão é extremamente satisfatória do ponto de vista profissional.


Balanço positivo - A coordenadora da IX Semana Acadêmica de Comunicação Social e do curso, professora Cynthia Mara, afirma que o balanço do evento, que começou no último dia 11, com intensa programação – mostra de filmes, exposição fotográfica, apresentação teatral, Feira Grátis, oficinas, minicursos, mesa-redonda e palestras -; é bem satisfatório. “Todos, alunos e professores, se empenharam bastante para a realização e sucesso da semana acadêmica”, comenta ela, destacando que a ideia de promover a interação entre os estudantes e facilitar a troca de experiências foi positiva.