"Dona Raimunda Quebradeira de Coco" é o nome escolhido para a Clínica de Direitos Humanos do Curso de Direito do Câmpus de Palmas
O processo de seleção, iniciado em agosto de 2023, envolveu a escolha de cinco mulheres negras do Tocantins que dedicaram suas vidas à defesa dos direitos humanos e, especialmente, de suas comunidades. As cinco mulheres selecionadas foram: Camila Martins de Deus (Dona Camila), Guilhermina Ribeiro da Silva (Dona Miúda), Lucelina Gomes dos Santos (Dona Juscelina), Maria de Fátima Barros (Professora) e Raimunda Gomes da Silva (Dona Raimunda Quebradeira de Coco).
Após a apresentação da biografia das candidatas em um e-book para toda a comunidade acadêmica do curso de Direito, seguida de uma homenagem póstuma realizada em março de 2024, o processo eleitoral teve lugar, contando com a participação de docentes, discentes, técnicos administrativos e instituições vinculadas à Clínica de Direitos Humanos do Curso de Direito.
De acordo com a coordenadora da Clínica, professora Gleidy Braga, “a escolha de Dona Raimunda Quebradeira de Coco reflete seu notável legado na defesa dos direitos humanos e seu impacto significativo no Brasil e no mundo”.
A professora conta ainda que foi uma grande honra homenagear as cinco mulheres: "Nós, da CDH, ficamos muito felizes em prestar essa linda homenagem a essas mulheres que lutaram em vida em defesa dos direitos humanos, principalmente das suas comunidades quilombolas e extrativistas. E mesmo após sua existência física na terra, seus legados continuam contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna, entre todos", conclui.
A votação ocorreu por meio da plataforma Hélios Voting, entre os dias 29 e 30 de abril, e contou com total apoio da equipe técnica da Pró-Reitoria de Tecnologia, Informação e Comunicação da UFT (Protic).
Dos votos:
- Dona Raimunda Quebradeira de Coco (21 votos)
- Dona Camila (19 votos)
- Dona Juscelina e Professora Maria de Fátima (8 votos cada)
- Dona Miúda (3 votos)
Conheça Dona Raimunda Quebradeira de Coco
Dona Raimunda Gomes da Silva, era conhecida como Dona Raimunda Quebradeira de Coco. Nascida em 1940, no município de Novo Jardim (MA), ela foi uma das fundadoras do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), criado em 1991, com presença atuante nos estados do Pará, Tocantins, Piauí e Maranhão. Sua luta em defesa das mulheres quebradeiras de coco e pelo extrativismo sustentável é conhecida internacionalmente e nacionalmente.
Dona Raimunda já foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz, homenageada pela ONU na Campanha Regional sobre a autonomia das mulheres rurais e indígenas da América Latina e do Caribe, além de ter recebido o título de Doutora Honoris Causa da Universidade Federal do Tocantins. Ela faleceu aos 78 anos, em 2018, no povoado Sete Barracas, a cerca de oito quilômetros do município de São Miguel do Tocantins.
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