Coordenador Regional da Funai no Tocantins é egresso do curso de Administração da UFT
No vasto cenário que compõe a vida dos povos indígenas no Brasil, emerge uma história de superação e conquista. Pedro Paulo Xerente, indígena nascido na aldeia Cercadinho em 31 de outubro de 1984, traçou uma jornada notável desde os primeiros passos na educação até sua atual posição como Coordenador Regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) na região do Araguaia, Tocantins.
O presente e o futuro de Pedro Paulo Xerente são dedicados à melhoria das condições e oportunidades para os povos indígenas no Brasil. Sua história é um testemunho da resiliência, determinação e comprometimento em meio às adversidades. "Agradeço aos professores da UFT por contribuírem para minha formação e me comprometo a utilizar seus conhecimentos ancestrais, pedagógicos e tecnológicos para melhorar a atuação da Funai nas comunidades indígenas", afirma.
A trajetória de Pedro Paulo é marcada por desafios que começaram quando, aos nove anos, seu pai tomou a decisão de mudar para a cidade em busca de oportunidades educacionais para o filho. A ausência de escola na aldeia motivou essa mudança, estabelecendo a fundação para a educação e o futuro promissor de Pedro.
Pedro Paulo Xerente: Do Cercadinho à Coordenação Regional da Funai no Tocantins
Os primeiros anos na escola foram árduos, sendo o mais velho da classe e desafiado pelo desconhecimento do alfabeto. A perseverança de seus pais e o próprio desejo de aprender mantiveram Pedro no caminho da educação. A despeito da resistência inicial dos colegas devido à sua origem indígena, Pedro não apenas conquistou o respeito de seus pares, mas também se tornou um exemplo de dedicação e superação.
Aos 17 anos, Pedro deixou sua casa para estudar em uma escola agrícola em Formoso do Araguaia, financiada pela Fundação Bradesco. Essa mudança significativa foi apenas o prelúdio de uma série de desafios que ele enfrentaria ao longo de sua jornada acadêmica e profissional.
Após se formar como técnico agropecuário, Pedro retornou à sua terra natal e começou a trabalhar como técnico agrícola na Associação Indígena Akwë. Seu compromisso com seu povo o levou a ingressar na Universidade Federal do Tocantins (UFT) em 2007, escolhendo o curso de Administração com o sonho de se tornar um administrador da Funai.
Os anos na UFT foram caracterizados por um equilíbrio precário entre estudos e trabalho, com Pedro percorrendo diariamente 160 km entre sua cidade e uma aldeia onde exercia suas atividades. Apesar das adversidades, ele perseverou e, aos 38 anos, realizou seu sonho de se tornar administrador.
O caminho até a Coordenação Regional da Funai não foi fácil. Pedro enfrentou desafios como chefe de brigada no Ibama, gerenciando operações em diversos estados brasileiros e conhecendo cinco países. Sua experiência e conhecimento o levaram ao posto de Coordenador Regional da Funai, onde ele enfrenta o desafio de revitalizar uma autarquia desestruturada.
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