Indígena tocantinense defende TCC no curso de Engenharia Civil
Caio Júlio Belforte Barros Pankararu foi o primeiro indígena a defender o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em Engenharia Civil, na Universidade Federal do Tocantins (UFT). O agora engenheiro civil escreveu sobre os “Desafios Socioambientais para Implementação da Rodovia Transbananal TO-0500”, em um trabalho que fez jus a sua ancestralidade, prestando uma contribuição singular à Engenharia Civil.
Mas, antes de conhecer um pouco da pesquisa desenvolvida por Caio, vale a pena conhecer um pouco da sua história. Ele é indígena Pankararu, filho de Manoel Marcelino Barros Pankararu, que foi o primeiro indígena a chegar em terras tocantinense, lá pela década de 60. “Meu pai migrou muito jovem para São Paulo fugindo da pobreza e dos tempos difíceis na aldeia Brejo dos Padres, entre as serras de Tacaratu e Petrolândia. A partir desse momento, começou sua peregrinação por Minas Gerais, Mato Grosso, até chegar à Araguaçu e, consequentemente, Figueirópolis, onde residiu e veio a falecer em 2011”, conta Caio.
Depois desse período, o mais novo engenheiro lembra que começaram a vir alguns parentes Pankararu em busca de oportunidades e empregos, e alguns ingressaram na vida acadêmica. Entre o ingressantes, Caio cita o líder no Estado, Genildo Barros Pankararu, formado em Agronomia pela UFT: “ cito em especial este por ser um dos motivadores para que eu viesse a ingressar na faculdade”.
A pesquisa
Seu TCC estudou a viabilidade ambiental da proposta existente para implementação da rodovia Transbananal, e contou com a orientação do professor Marcos André de Oliveira. Caio sempre buscou trabalhar com um tema que pudesse agregar e contribuir com as causas relacionadas a população indígena. “Quando falamos em Ilha do Bananal, estamos entrando em uma pauta de interesse nacional ou, até mesmo, mundial, dado a sensibilidade do meio ambiental em que se encontra tal região, além da presença de população indígena”, pontuou ele.
Caio está feliz com o resultado obtido e em saber que o trabalho está sendo reconhecido. Seu sentimento é de gratidão ao apoio incondicional de sua família nessa trajetória.
O novo engenheiro civil já é atuante na área desde dos tempos de estagiário e com sua dedicação e empenho têm alçando voos maiores. “Hoje, já atuo em um cargo de maior grandeza e confiança dentro de uma renomada empresa. Então, para mim, a formação acadêmica só vem a agregar mais ainda à minha vida”, comemora Caio.
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