No Dia da Consciência Negra, projeto Cinedebate do curso de Jornalismo discute educação, inclusão e diversidade
Para continuar o trabalho de espalhar a arte e cultura do cinema, com um toque de refinamento de senso crítico, o Cine Debate do curso de Jornalismo da UFT realizou a sua oitava edição no cinema do Sesc.
Na última segunda-feira (20), a sala de cinema do Centro de Atividades Sesc Palmas foi palco da oitava edição do Projeto Cine Debate do Jornalismo. Atraindo dezenas de pessoas, entre alunos do curso de jornalismo e outros apaixonados pela dramaturgia da sétima arte, o público pôde assistir à obra francesa “Entre os Muros da Escola” de Laurent Cantet, e discutir a respeito de suas percepções.
Os fundadores e professores responsáveis pelo projeto, Marco Túlio Câmara, Ingrid Assis e Sérgio Soares, contaram com o apoio do promotor cultural em audiovisual do Sesc, Gabriel Deeaz, na realização da última sessão oficial do ano. O resultado foi uma sala com muito conforto e ótima qualidade de som e imagem, deixando ainda maior a imersão no filme. O debate seguiu com as abordagens apresentadas na obra.
Segundo Gabriel Deeaz, a iniciativa agrega para ambos os projetos (Cine Debate e Cine Sesc), uma contribuição para os participantes que irão ampliar ainda mais no mundo do cinema e o pensamento crítico em relação aos temas abordados no debate, sempre ligados às vivências pessoais.
Para Deeaz, o evento é uma forma importantíssima para a própria instituição que busca firmar parcerias do tipo: “O Cine Debate quando vem a espaço como o do Sesc, onde temos uma sala própria com os equipamentos profissionais de exibição, nós trazemos os alunos para um momento diferente além de poderem visitar a instituição e ainda assim ter um momento diferente da sala de aula”, relata.
Ao término do filme, a reflexão foi iniciada com pontos destacados pelo sensível olhar da professora do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Ingrid Assis: “As sessões do Cine Debate são sempre enriquecedoras e plurais e deixa-nos a impressão de renovação a cada edição, e mostra que temos muito a crescer na parceria com o Sesc”, destaca Ingrid.
Com o debate iniciado, diversas falas de alunos presentes na sessão foram desencadeadas, que iam aflorando e se aprofundando à medida em que cada comentário discorrido era proferido sobre o filme em questão.
Para a aluna do curso, Flayra Sobrinho, a conversa a respeito do filme a fez perceber equívocos em suas percepções a respeito da educação: “Quando eu participei do debate, pude perceber que meu pensamento estava um pouco equivocado (risos). Eu faço um leque com minha vivência pessoal, pois morava em um internato de freiras e era exatamente esse sistema de punição e vigiar que a professora Ingrid trouxe ao mencionar o filósofo Foucault. Pude melhorar bastante meu pensamento e sinto que posso debater em outros lugares com um pensamento mais crítico”, pontuou a estudante.
Assim como Flayra, o também aluno do curso de jornalismo Vitor Geovane fez comparações da obra com sua vida pessoal: “Quando da exibição dos filmes a gente sai sempre com uma visão nova, né?! Nesse filme de hoje, vi um retrato meu. Diferente dos outros filmes, nunca tive essa identificação tão grande.”
Vitor também ressaltou fatores que ajudariam para mais projetos acontecerem no Sesc, sendo a única dificuldade a logística do Transporte Público em Palmas. Ele também afirma que o Sesc é um lugar ideal para esses tipos de eventos e de outras variadas áreas.
No olhar do especialista em cinema e também professor do curso de Jornalismo, Sérgio Soares, o evento é um ampliação de pontos de vista para os alunos e população presente, não só na parte crítica, mas também na área técnica e artística da sétima arte. Esse tem sido um dos papéis do professor, ampliando a conversa para outras áreas do saber da UFT, segundo ele: “Para dentro do curso tem essa função e essa ideia o projeto, ascender e abrir os olhos para o audiovisual, porém como é um projeto de extensão e não se limita ao jornalismo, a gente busca ter outras pessoas de outros cursos e dar essa contribuição”.
Sobre o filme:
A obra francesa, dirigida por Laurent Cantet, é uma crônica intensa e realista de um ano escolar em uma instituição de ensino médio em Paris. A partir das interações na sala de aula, "Entre os Muros da Escola" aborda questões sociais, étnicas e econômicas, que refletem os desafios do sistema educacional francês contemporâneo. Os confrontos culturais, divergências de opinião e extensão entre alunos e professores são explorados de maneira realista, com destaque para as complexidades do ensino em um ambiente multicultural.
Lançado em 2008, o filme não segue uma trama tradicional, mas sim uma série de episódios que ilustram a dinâmica entre educadores e estudantes. O longa recebeu aclamação da crítica, ganhando Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2008 e foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2009.
Sobre o projeto:
O CineDebate do Jornalismo é um projeto de extensão pensado como um espaço de difusão de obras audiovisuais, de conversas e de trocas cinematográficas. O projeto é uma iniciativa do coletivo Outrocampo, em parceria com o CAlangos (Centro Acadêmico do curso de Jornalismo). Nesta segunda fase, o projeto é coordenado pelo professor Marco Túlio Câmara. Os professores Sérgio Soares e Ingrid Assis também participam do projeto.
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