Estudantes de Relações Internacionais da UFT realizam visita técnica à Embrapa e ao Câmpus de Palmas
Na última terça-feira, 06 de junho, estudantes do curso de Relações Internacionais (RI) do Câmpus da UFT, em Porto Nacional, participaram de uma visita técnica ao polo da Embrapa e ao Câmpus da UFT em Palmas. A atividade, coordenada pela professora Gleys Ially Ramos, que ministra a disciplina de Tópicos Especiais em Relações Internacionais (TERI), teve como principal objetivo contribuir para a consolidação dos conhecimentos teóricos e metodológicos aprendidos em sala de aula durante a disciplina no âmbito do ensino e da pesquisa, que versam principalmente sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Durante o dia de atividades, a primeira visita da turma foi ao polo da Embrapa - Pesca e Aquicultura, em Palmas. Na ocasião, a turma teve a oportunidade de conhecer o representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) na América Latina e Caribe, Mario Lubetkin, que coincidentemente, também estava em visita de cooperação técnica na Embrapa. Os estudantes também puderam conhecer a rede e o núcleo de aplicação dos ODS da Embrapa, que é premiado pela FAO por práticas que relacionam diferentes ODS e assistiram a uma palestra da pesquisadora da Embrapa, Márcia Grise, que atua na área de sistemas de produção sustentáveis. À tarde, os estudantes visitaram o Câmpus da UFT em Palmas, onde assistiram a aula de Direito à Cidade: um olhar sobre Palmas, ministrada pelo professor João Bazzoli, que é especialista em estudos urbanos e cidades. No decorrer da aula, que contou com a presença de alunos do curso de Direito e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional (PPGDR), os estudantes de RI puderam ampliar a visão sobre a relação entre a temática do desenvolvimento sustentável e as cidades.
Para a professora Gleys, as atividades realizadas durante as visitas são fundamentais para referendar a teoria e a metodologia aplicadas em sala de aula e também proporcionam aos estudantes um pensamento mais amplo, sobretudo em relação aos ODS. “No caso da disciplina de TERI, nosso foco foram nos ODS e há uma curiosidade e uma distância real sobre a aplicação e em como atingir as metas globais, regionais e locais. A principal dificuldade dos discentes é visualizar as atividades em que as metas estão sendo materializadas. Dessa maneira, a Embrapa é um importante espaço, uma vez que possui uma rede é um núcleo de aplicação dos ODS. As metas globais e regionais são escopo de análises internacionalistas; essas e esses estudantes podem, inclusive, contribuir para pensar esses ODS na própria universidade”, ressaltou a professora.
Márcia Grise, da Embrapa, que durante a sua exposição para os estudantes comentou sobre projetos de pesquisa, de transferência de tecnologia e inovações desenvolvidas pela instituição, e os benefícios que estes trazem para a sociedade, ressaltou a importância de aproximar os estudantes das práticas científicas. “Eu trouxe para eles nessa aula diferentes perspectivas de como podemos colaborar com a cumprimento das metas dos ODS da Agenda 2030, enquanto nação, enquanto estado, enquanto cidade, enquanto empresa, mas também enquanto indivíduos, que cada um de nós somos. Trouxe nossas ações e diferentes projetos alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, para que os alunos pudessem ver que estamos trabalhando em diversas frentes para interiorização e consecução de diversas das metas da Agenda 2030 dentro das nossas expertises: produção de carne a pasto, produção de leite a pasto, integração lavoura-pecuária, plantio direto com palhada de qualidade, sistemas integrados de produção, produção aquícola em tanques, redes e viveiros escavados, pesca, processamento do pescado, conservação genética, além da ciência básica. Eles gostaram mesmo e isso dinheiro nenhum do mundo paga. Ver os olhinhos deles brilhando enquanto eu falava me encheu de esperança de um mundo melhor. Eles são o nosso futuro. E também faz parte da Ciência e da missão dos cientistas como eu, comunicar o que estamos desenvolvendo e formar novos cientistas. Todos nós pesquisadores deveríamos trabalhar bem próximos dos alunos de graduação e pós-graduação para que, dentre eles, saiam alguns cientistas da próxima geração”, enfatizou a pesquisadora.
O professor João Bazzoli, que durante a aula trouxe para os estudantes um pouco da perspectiva legal sobre o tema, ressaltou a importância da integração entre os cursos. “Eu achei excepcional a proposta da professora Gleys de trazer os alunos para fazer essa integração. É muito interessante pois reuniu alunos de duas disciplinas: Direito à Cidade e Planejamento Urbano. Estamos trabalhando com apresentação de trabalhos dos alunos. Então, foi discutida nesta aula a questão das mudanças climáticas, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, trabalhamos os ODS e trabalhamos o Direito à Cidade. Discutimos especificamente o Plano Diretor de Palmas integrando com essa temática. Foi uma discussão muito positiva e a resposta dos alunos também nos debates foi muito interessante. Inclusive, acho que é uma proposta que deveria ser replicada dentro da UFT, pela sua importância e pela possibilidade de trazer qualidade para a instituição para os cursos em si. Então, me coloco a disposição não só da professora Gleys, mas de outros cursos para trazer discussões inter-relacionadas”, reforçou o professor.
A estudante Sâmia Rodrigues, que está no 5° período, destacou algumas atividades realizadas durante o dia e o impacto das mesmas no seu processo de formação: “Durante a visita à Embrapa, primeiramente, conhecemos a estruturação da empresa e as atividades ali executadas. Posteriormente, assistimos a uma apresentação feita pela pesquisadora Márcia Grise, sobre os projetos relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Fiquei encantada com as atividades, pois buscam atenuar os impactos causados pelo agronegócio ao Meio Ambiente, de maneira prática e assertiva, além de desenvolver a sustentabilidade produtiva, fomentando a rentabilidade. Entre os projetos apresentados, o ABC Agrossustentável despertou a minha atenção por ser uma alternativa efetiva para diminuir a emissão de carbono. Acredito que visitas como essas são imprescindíveis para a formação acadêmica, pois nos ajudam a relacionar a teoria com a prática, além de promover a democratização do conhecimento. Agradeço e parabenizo a professora Gleys Ially pela iniciativa!”.
Yan Brasil, estudante de RI que também participou das atividades, destaca que a visita à Embrapa trouxe novas perspectivas sobre a possibilidade de aplicação dos ODS na prática. “Além dessa dinâmica de integração entre empresa e Universidade, a gente conseguiu presenciar as inovações desenvolvidas e que se atrelam e ampliam o campo das relações internacionais. E como a realidade do nosso curso é bem mais teórico, ver alguns conceitos que a gente só lê em livros na prática, aplicados em situações reais como algo eficaz, a exemplo das ODS, foi muito importante, principalmente no cenário atual”, pontuou o estudante.
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