Estudo traz panorama sobre as árvores do Câmpus de Palmas

Quem mora em Palmas sabe bem o que é passar calor. Tida como uma das cidades mais quentes do Brasil, é comum, entre os moradores, ouvirmos brincadeiras do tipo "Palmas tem um sol por habitante", "é tão quente que dá pra fritar ovo no asfalto", entre outras. Nessa situação, a presença das árvores é ainda mais valorizada - ou, ao menos, deveria.

Criada em 1989, a mais jovem capital brasileira segue, por ora, sendo um centro urbano com bastantes áreas verdes mas, à medida que o concreto avança, essas áreas requerem mais cuidado por parte da gestão e da população.

Situado à beira do Lago, o Câmpus de Palmas da Universidade Federal do Tocantins (UFT) tem potencial para se tornar um parque ambiental da cidade. Um estudo realizado pelo biólogo e professor da UFT Renato Torres Pinheiro e pelo engenheiro ambiental André Luiz Mascarenhas Rasteli mapeou as espécies arbóreas do Câmpus e sua distribuição. "Nosso trabalho foi justamente realizar esse diagnóstico quantitativo preliminar, além de identificar os locais com maior necessidade de arborização e indicar espécies mais apropriadas para cada local do Câmpus", explica Pinheiro.

Árvores promovem bem-estar, beleza e saúde

Ao todo, Pinheiro e Rasteli identificaram 2.553 árvores no Câmpus de Palmas, distribuídas entre 114 espécies. Dessas, "uma proporção representativa não se refere à vegetação nativa local do Cerrado, são espécies exóticas", aponta o estudo. Conflitos entre espécies locais e exóticas (e entre flora e fauna), problemas entre a arborização e a infraestrutura da Universidade, falta de dimensionamento correto de covas, de serviços de jardinagem apropriados foram alguns dos outros pontos levantados.

Para os pesquisadores, o Câmpus - por sua localização e dimensão - pode, com planejamento arbóreo, ajudar a amenizar as altas temperaturas da cidade, trazendo mais conforto térmico e qualidade de vida à população. "A arborização promove uma série de serviços ambientais como a produção de oxigênio, de umidade, retenção do calor pela sombra, filtra partículas poluentes, embeleza o ambiente trazendo sensação de paz e tranquilidade", ressalta Pinheiro. "Também tem uma importância social, cultural e econômica muito grande. São diversos atributos que fazem da arborização um excelente promotor da saúde", complementa.

Saiba mais

Quer conhecer todos os detalhes sobre o estudo de Pinheiro e Rasteli? Acesse o artigo completo (Análise quantitativa das árvores da Universidade Federal do Tocantins em Palmas), publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana.

Se você se interessa por este assunto e quer saber mais sobre as políticas públicas para a arborização urbana em Palmas, acesse:

Diagnóstico da Arborização Urbana de Palmas
Plano de Arborização de Palmas
Manual de Arborização Urbana de Palmas