UFT celebra Dia Internacional contra a Discriminação Racial
Nesta terça-feira (21) é celebrado o Dia Internacional contra a Discriminação Racial. A data, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1969, em memória às vítimas do massacre em Sharpeville, ocorrido na África do Sul, é um importante lembrete que reforça a luta pela eliminação do preconceito racial em todo o mundo.
"Mesmo que hoje não mais tenhamos políticas institucionalizadas de Apartheid, esse imaginário de que pessoas negras, indígenas e asiáticas sejam inferiores, perdura nas mais diversas relações e formas de materialização. Enquanto a imagem do branco é relacionada a uma suposta superioridade", explica a coordenadora de ações afirmativas da UFT, professora Solange do Nascimento.
Juntamente com a data da ONU, hoje é comemorado, também, o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé. "A data é de suma importância por dar visibilidade ao sagrado afro-brasileiro de matrizes africanas que, historicamente, tem sido um lugar de resistência, fortalecimento e manutenção do legado cultural do povo negro na diáspora. E embora tenha um papel de suma importância na história do país, sofre perseguição, demonização e criminalização em pleno século 21", completa a professora.
Dessa forma, para ressaltar a importância de combater todas as formas de discriminação racial, bem como o racismo religioso, a Universidade Federal do Tocantins (UFT), Câmpus de Palmas, realiza uma roda de conversa online, às 16 horas. O encontro será mediado pela professora Solange do Nascimento (UFT) e contará com certificação. Além disso, estarão presentes quatro palestrantes: Elisabete Aparecida (UFBA), Bianca Pereira (Oirun Obirim), Maria Aparecida de Matos (Alagbara) e Aires Panda (AAFA).
Conheça os palestrantes
Um pouquinho de história
Na época da tragédia na África do Sul, em 1960, vinte mil pessoas protestavam contra a Lei do Passe, que obrigava a população negra sul-africana a portar um cartão com os locais onde era permitida a sua circulação. Policiais revidaram, atirando na multidão desarmada, que protestava pacificamente, matando 69 pessoas e deixando outros 189 feridos.
Anteriormente à tragédia, ainda em 1948, a ONU estabeleceu no artigo segundo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, à todas as pessoas, direito e liberdade, sem nenhuma discriminação.
No entanto, em solo brasileiro, a luta contra a discriminação racial se intensificou somente após a criação da Constituição Federal de 1988, que determina no artigo 3, inciso XLI, os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”.
As ações afirmativas e o pioneirismo da UFT
As ações afirmativas são um conjunto de políticas públicas ou privadas que buscam corrigir ou mitigar os efeitos ainda presentes da discriminação praticada no passado contra determinada parcela da população.
Sancionada em agosto de 2012, a Lei de Cotas determinava que até 2016, as Universidades e os Institutos Federais de Ensino deveriam reservar 50% de suas vagas para estudantes oriundos de escolas públicas, com subcotas para estudantes de baixa renda, pretos, pardos e indígenas.
No entanto, a UFT foi a primeira universidade brasileira a instituir o sistema de cotas para estudantes indígenas, ainda em 2004. Na ocasião, o Conselho de Pesquisa e Extensão da Universidade criou o Programa Política de Cotas, que fixou um percentual de 5% das vagas voltadas a esses estudantes.
Nove anos depois, em 2013, já em concordância com a lei sancionada, a UFT estabelece, aos estudantes quilombolas, o percentual de 5% (cinco por cento) do total de vagas em todos os cursos de graduação.
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