Laboratório de Parasitologia da UFT viabiliza pesquisa sobre leishmaniose em Araguaína
O Projeto de pesquisa Estudo da flutuação mensal e infecção natural por leishmania infantum em flebotomíneos capturados em Araguaína/Tocantins pretende determinar a taxa de infecção natural por Leishmania infantum (transmissor da leishmaniose visceral, calazar) e a flutuação mensal da população de flebotomíneos em áreas urbanas do município de Araguaína-TO. A pesquisa está sendo desenvolvida em parceria estabelecida entre o Laboratório de Parasitologia da Universidade Federal do Tocantins (UFT), no Câmpus de Araguaína, com a Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).
De acordo com Helcileia Dias Santos, professora do Curso de Medicina Veterinária, um estudo preliminar identificou que o estado do Tocantins registrou a maior incidência de Leishmaniose Visceral (LV) da região Norte do Brasil e o município de Araguaína está entre os que notificaram a maioria dos casos humanos, sendo classificado como área de transmissão intensa da doença, possuindo também uma elevada prevalência canina. “O dado é alarmante, por isso, a importância de estudos entomológicos para o conhecimento da cadeia epidemiológica da Leishmaniose Visceral na região”, ressaltou a docente.
No projeto há o levantamento entomológico, em que serão realizadas capturas sistemáticas dos insetos flebotomíneos, utilizando armadilhas luminosas tipo CDC. Os equipamentos de captura serão instalados em bairros da zona urbana de Araguaína que apresentaram maior incidência da leishmaniose visceral (LV) em humanos e que apresentam elevada prevalência canina, onde casos humanos da doença foram notificados.
A professora destaca ainda que serão instaladas mensalmente cerca de 12 armadilhas em 6 bairros da cidade, sendo 1 armadilha fora de casa (peridomicílio) e outra dentro de casa (intradomicílio). A instalação será realizada por técnicos do CCZ Araguaína. “As capturas serão realizadas pelo período de 12 meses e os flebotomíneos capturados serão levados para o Laboratório de Entomologia do CCZ Araguaína para triagem e, posteriormente, para o Laboratório de Parasitologia da UFT para serem identificados e submetidos a testes moleculares pela técnica de Reação em Cadeia de Polimerase (PCR) para avaliação da infecção natural por L. infantum”, destacou.
Para Helcileia, “as informações geradas pelo projeto irão possibilitar uma melhor compreensão da epidemiologia das Leishmanioses no município de Araguaína, pois ampliarão o conhecimento de fatores relacionados a ecoepidemiologia dos vetores na região, espécies mais frequentes, sua distribuição populacional ao longo do ano, preferências alimentares e grau de infecção por Leishmania, contribuindo, assim, com os órgãos ligados ao sistema único de saúde no direcionamento de ações de controle, principalmente no que se referem aquelas direcionadas ao vetor”, pontuou.
O projeto conta ainda com a participação de alunos do programa de Mestrado da universidade e também da Iniciação Científica. A pesquisa é financiada pelo Programa Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde – PPSUS/TO.
(*) Estudante de Jornalismo em atividade para a disciplina Estágio Supervisionado I.
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