De Norte a Sul em sete câmpus: qual é a cara da UFT?
Sete diretores e sete estudantes respondem à pergunta
A Universidade Federal do Tocantins (UFT) foi criada em 2000, após mobilização da sociedade tocantinense e implantada em estrutura própria com a posse dos primeiros servidores, a partir de 2003. Desde então, a UFT retribuiu o Tocantins com a formação de aproximadamente 20 mil profissionais em áreas estratégicas para o desenvolvimento da região.
UFT: de Norte a Sul
Um dos principais diferenciais é que a Universidade está distribuída de norte a sul do Estado com 64 cursos de graduação, em sete câmpus. São três câmpus na região central: Miracema, Palmas e Porto Nacional. Um na região Norte e um no Extremo Norte: Araguaína e Tocantinópolis. Um na região Sul e um no Extremo Sul: Gurupi e Arraias.
Sete câmpus diferentes. Sete cidades diferentes. Sete comunidades diferentes. Isso nos leva à conclusão de que a Universidade não tem uma cara só. E isso traz a pergunta: qual a identidade de cada um dos sete câmpus? Para se aproximar dessa resposta, procuramos os sete diretores e sete estudantes para nos apresentar qual é a cara de cada câmpus.
Araguaína
Cursos de Graduação: Biologia; Física; Geografia; Gestão de Cooperativas; Gestão de Turismo; História; Letras; Logística; Matemática; Medicina; Medicina Veterinária; Química; e Zootecnia
Mestrados: Rede em Letras; Rede em História; Ciência Animal Tropical; Ensino de Língua e Literatura; Demandas Populares e Dinâmicas Regionais; Rede em Ensino de Física; Estudos de Cultura e Território; Sanidade Animal e Saúde Pública nos Trópicos
Doutorados: Letras (Ensino de Língua e Literaturas) e Ciência Animal Tropical
3198 estudantes de graduação presencial
231 professores
137 técnicos-administrativos
75 terceirizados
José Manoel Sanches, diretor do Câmpus de Araguaína
“Tem uma face plural. São 13 cursos divididos em quatro áreas diferentes: Licenciaturas, Ciências Naturais, Ciências Agrárias e Medicina Humana. São áreas diferentes, mas que atendem às características da região. Consideramos uma região subdesenvolvida em que nós precisamos formar professores, médicos, veterinários e zootecnistas”.
Murilo de Paula, estudante do 5º período de Geografia e presidente do Diretório Acadêmico
"É um lugar de acolhimento de verdade! Tanto da parte dos acadêmicos, quanto da gestão. Antes mesmo dos calouros entrarem, a gente já prepara uma recepção na pré-matrícula. Como acadêmico, o que mais gosto é participar da extensão e dos espaços que a Universidade oferece e nos apoia".
Arraias
Cursos de Graduação: Direito, Educação do Campo, Matemática, Pedagogia e Turismo Patrimonial e Socioambiental
Mestrado em Rede em Matemática
1147 estudantes de graduação presencial
67 professores
37 técnicos-administrativos
16 terceirizados
Adriana Demite, diretora interina do Câmpus de Arraias
“É minha segunda casa. O Câmpus fomenta o trabalho e exalta dedicação. Por morar em Arraias há 17 anos, vi o Câmpus surgir e crescer. Vivo intensamente todo esse progresso. Um Câmpus pujante e diverso. As palavras orgulho, trabalho, dedicação e ousadia representam nossa identidade”.
Jeferson dos Santos, estudante do 3° período de Matemática
“A grande quantidade de negritude que aqui se representa me traz uma tranquilidade para estudar, me traz aconchego e calor humano. Convivo também com estudantes que jamais pensaria em estudar. Gente de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Como quilombola, a formação é essencial para mim. O que eu mais gosto no Câmpus é a biblioteca, que agrega todos os conhecimentos”.
Gurupi
Cursos de Graduação: Agronomia, Engenharia Florestal, Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, e Química Ambiental.
Mestrados: Biotecnologia; Ciências Florestais e Ambientais; Produção Vegetal; e Química
Doutorado em Produção Vegetal
1147 estudantes de graduação presencial
95 professores
71 técnicos-administrativos
36 terceirizados
Gil Rodrigues, diretor do Câmpus de Gurupi
“Os cursos são muito articulados, complementares e com ótima qualidade em graduação e pós-graduação. É um câmpus do interior com muitas tecnologias desenvolvidas nos laboratórios. Além do contato com a natureza, rodeado de vegetação e animais. Esse é um grande diferencial”.
Aline Milhomem, Engenheira Florestal recém-formada pela UFT
“Acho que a cara do câmpus é boa vontade, acolhimento e família mesmo. Tem um menino que entrou comigo e não tinha nada. Todo mundo ajudou ele. Morou de graça em alguns locais até ajeitar um emprego. E isso já aconteceu com várias pessoas”.
Miracema
Cursos de Graduação: Educação Física, Pedagogia, Psicologia e Serviço Social
Mestrado em Serviço Social
1019 estudantes de graduação presencial
59 professores
29 técnicos-administrativos
23 terceirizados
André Luiz, diretor do Câmpus de Miracema
“A cara do Câmpus é sua diversidade, além de um genuíno espírito feminino de luta. Um Câmpus organizado, afeito a extensão e promissor para a pesquisa na área das ciências sociais aplicadas e humanidades. Gosto do calor humano existente no Câmpus, com a proximidade da convivência profissional diferente dos demais câmpus, principalmente os maiores”.
Hellen Cristina, estudante do 5° período de Psicologia
“O Câmpus de Miracema faz toda a diferença por ser no interior, com a produção de conhecimento e pesquisas. É uma vivência universitária diferente, em que se constroem vínculos de uma forma diferente”.
Palmas
Cursos de Graduação: Administração, Arquitetura e Urbanismo, Ciências da Computação, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Direito, Enfermagem, Engenharia Ambiental, Engenharia Civil, Engenharia de Alimentos, Engenharia Elétrica, Filosofia, Jornalismo, Medicina, Nutrição, Pedagogia e Teatro.
Mestrados: Agroenergia; Administração Pública; Ciências da Saúde; Ciências do Ambiente; Comunicação e Sociedade; Desenvolvimento Regional; Gestão de Políticas Públicas; Educação; Profissional em Educação; Filosofia; Modelagem Computacional do Conhecimento; Prestação Jurisdicional e Direitos Humanos; Engenharia Ambiental; Ensino em Ciência e Saúde; Matemática – em Rede; e Ciência e Tecnologia de Alimentos
Doutorados: Desenvolvimento Regional; Ciências do Ambiente; Rede em Biotecnologia e Biodiversidade
6351 estudantes de graduação presencial
466 professores*
489 técnicos-administrativos*
96 terceirizados*
* dados somados aos da Reitoria
Marcelo Leineker, diretor do Câmpus de Palmas
“É a cara da Universidade como um todo. Temos cursos de todas as áreas de conhecimento e isso reflete um pouco do que temos em cada câmpus. É um Câmpus multiprofissional e que por ser central, acolhe a comunidade acadêmica de outros câmpus em diversas ocasiões”.
João Vilanova, estudante do 3° período de Arquitetura e Urbanismo
“A cara do Câmpus é a socialização. Tem um fluxo muito grande de pessoas. A prainha é um ambiente muito massa que a gente compartilha com outras pessoas e outros cursos”.
Porto Nacional
Cursos de Graduação: História, Língua Portuguesa e Literaturas ou Língua Inglesa e Literaturas, Ciências Biológicas, Geografia, Libras e Relações Internacionais.
Mestrados: Geografia; Letras; e Biotecnologia, Biologia e Conservação
1512 estudantes de graduação presencial
123 professores
61 técnicos-administrativos
32 terceirizados
George França , diretor do Câmpus de Porto Nacional
“É o câmpus da inclusão, da diversidade e do trânsito das pessoas. Temos alunos surdos, quilombolas e indígenas”.
Sara Lima, formanda em Ciências Biológicas
“Em meio à natureza e com uma história de luta pela emancipação, o Câmpus de Porto Nacional é a cara da diversidade de ideias e das trocas de saberes. Através das relações entre indígenas, quilombolas, ribeirinhos e surdos, a pluralidade, o acolhimento e as vivências transformadoras fazem do Câmpus um lugar único”.
Tocantinópolis
Cursos de Graduação: Ciências Sociais, Educação do Campo, Educação Física e Pedagogia
808 estudantes de graduação presencial
56 professores
35 técnicos-administrativos
25 terceirizados
Nataniel Araújo, diretor do Câmpus de Tocantinópolis
“A cara deste Câmpus se traduz em luta, resistência e compromisso social. Porque essa foi nossa origem. Desde quando ainda éramos Goiás, (antes mesmo da existência da Unitins), a proposta foi trabalhar a formação docente em serviço na perspectiva da diminuição das desigualdades através da educação”.
O diretor acrescenta que em 1999, as forças políticas reacionárias lutaram para fechar a Universidade (na época era Unitins) em Tocantinópolis, ficando 2 anos sem vestibular. Mas com organização social, criatividade e articulação ampla, o Câmpus resistiu.
“Queriam calar o Bico do Papagaio, mas esqueceram que papagaio tem asas. Como diz o poeta Quintana:
‘Todos os que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu, passarinho!’
Fizemos uso das asas e nosso futuro é alçar voos ainda maiores”.
Mayara Ferreira, estudante do 5° período de Ciências Sociais
“O Câmpus de Tocantinópolis é amor da cabeça aos pés. Simples e diferente de tudo o que eu já tinha visto. Saí de São Paulo pensando que o Câmpus era menor, mas nos primeiros meses chegava a me perder dentro dele. Fiquei impressionada assim que notei que tinha alunos indígenas na Universidade! Pensei comigo: ‘Que incrível! Isso aqui parece ser ocupado por eles de fato! É isso!’. Também são lindas as pinturas indígenas do bloco de salas, que reconhecem a arte e história dos Apinajés. Hoje eu já conheço cada cantinho do Câmpus, adoro cada pedacinho e sinto a energia de um lugar que fez, faz e fará por muito tempo parte importante da vida de muitas pessoas!”.
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