No Dia Internacional da Mulher, conheça histórias de egressas da UFT que se tornaram empreendedoras

Neste Dia Internacional da Mulher de 2021, um ano que já inicia atípico - como também foi 2020, por causa da pandemia gerada pelo novo coronavírus (Covid-19) -, a Redação da Superintendência de Comunicação da UFT (Sucom/UFT) ouviu histórias e lutas de quatro mulheres, todas egressas da UFT, que com o conhecimento obtido na academia resolveram aplicar em empreendimentos próprios, e estão sendo bem sucedidas.

De acordo com dados do Sistema de Informações para o Ensino (SIE), na UFT - somando as matrículas da graduação presencial, pós-graduação (mestrado e doutorado), Ensino a Distância (EaD) e do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor) - a presença feminina é maioria. Do total de 18.421 pessoas matriculadas, 10.439 são mulheres, ou seja, 56,66% da UFT acadêmica é composta por pessoas do sexo feminino.

E é mostrando uma parte da história dessas mulheres que queremos relembrar que esta data, para além da comemoração, serve para dizer que lugar de mulher é onde ela quiser, trabalhando com o que aprendeu e o que gosta e buscando se readaptar frente aos desafios do dia a dia e os percalços gerados pela pandemia.

Conheça, abaixo, um pouco dessa história empreendedora de Gabriela de Sousa, Consolata Piastrella, Mayssane Taveira e Keleen Moraes:

Gabriela de Sousa

Nascida em berço empreendedor, a egressa do curso de Engenharia Elétrica da UFT, Gabriela de Sousa, de 27 anos, herdou as características do empreender ainda em família, através do histórico empresarial dos pais e tios.

Após ser apresentada, pelo tio, a um dispositivo de bombeamento de água movido a energia solar, Gabriela despertou interesse no assunto, que foi o ponto inicial dos seus estudos acerca do tema.

Ainda na Universidade e trabalhando num emprego com o qual não se identificava, Gabriela e seu sócio passaram a constatar a demanda por energia solar. Desenvolveram um plano de negócios e observaram que não restavam dúvidas, a oportunidade estava ali.

A egressa de Elétrica conta que dentro da faculdade pôde aprender a importância das relações interpessoais para resolução de problemas individuais e coletivos, e que, por meio da participação em organizações estudantis, entendeu também, a importância de procurar fontes confiáveis de estudo. "A UFT seguramente foi decisiva neste processo. Lá eu pude participar de atividades que permitiam experienciar simulações de situações que vivo hoje, aqui fora. (da universidade)". Afirma a empreendedora.

Gabriela também conta sobre os desafios que enfrenta no mundo dos negócios pelo simples fato de ser mulher: "eu pessoalmente já enfrentei situações que causam desde o desconforto, como críticas a vestimenta, até as mais graves para o negócio, como o descrédito de uma informação técnica passada por mim", desabafa.

A empreendedora completa ainda, afirmando que esse tipo de experiência faz parte do cotidiano da mulher e aconselha: "não deve ser visto como uma barreira; pelo contrário, deve servir de impulso na nossa escalada aos postos mais altos", finaliza.

"[...] a perseverança é um fator primordial quando se tem um propósito", é no que acredita a sócia-proprietária da empresa Terra Solar, formada em 2019 pela Universidade Federal do Tocantins.

Consolata Piastrella

Movida por desafios e apaixonada por controles, a zootecnista pela Universidade Federal do Tocantins (UFT) - Consolata Piastrella - é a idealizadora da Piastrella Rastreabilidade Animal, uma empresa fundada a partir dos trabalhos e conhecimentos adquiridos na universidade.

Ao ingressar na UFT, Consolata encarou a escolha do curso como uma aposta. A egressa conta que aquele novo universo não fazia parte do seu mundo, mas que essa escolha delineou seu futuro e o seu sucesso profissional “A UFT e Zootecnia me entregaram, todos os dias, tantos desafios, que a paixão nasceu, o amor cresceu e, até hoje, cada dia vivido em cada período, em cada disciplina, me ajudaram e ajudam a entrar novamente nos trilhos e buscar sempre novos ventos, novos horizontes”, afirma.

Ainda dentro da Universidade, a zootecnista percebeu as dificuldades do mercado de trabalho - assim o empreendedorismo surgiu em sua vida “Não tive a disciplina de empreendedorismo na minha grade mas todos os desafios que enfrentamos para crescermos juntos com a universidade talvez tenham nos lapidado a envolvimento maior” e acrescenta que as adversidades foram um incentivo nessa jornada “Vivemos na pele o empreender, o buscar fora quando não tínhamos, o imaginário quando não conseguíamos sair e, por tudo isso, nos fizeram sentir e compreender o que é claramente o cenário aqui fora: desafiador”.

Hoje, Consolata é especialista em rastreabilidade com ênfase no protocolo europeu e apaixonada pela área. Ela também afirma que, além dos obstáculos, sua família foi sua grande incentivadora e um de seus maiores alicerces “Eles são a mescla perfeita e a única resposta pra eu existir e para sempre persistir. E então quando eu retorno para o “ringue” chamado vida, toda aquela adrenalina de estar sendo desafiada me traz um prazer imenso em buscar mais”, finaliza.

Mayssane Taveira

Egressa do Curso de Turismo do Câmpus de Arraias, Mayssane Taveira montou uma empresa que oferta serviços de garçons – a Garçons e Cia – e que, hoje, atende não somente o município de Arraias, mas cidades do entorno, como Novo Alegre, Campos Belos e Combinado. “Eu estava formada no Curso de Turismo e meu esposo, que cursa Pedagogia, já trabalhava como garçom aos finais de semana. Comecei apenas divulgando o serviço dele nas redes sociais e, depois, passei a exercer as funções de cerimonialista, copeira e também de garçonete”, explica a empreendedora.

Assim nasceu a pequena equipe de garçons – então montada por Mayssane e seu esposo e, ainda, seu cunhado, também egresso de Turismo e que se juntou à empresa. “Nossa ideia era fazer um diferencial porque, com o Curso de Turismo Patrimonial e Socioambiental, queríamos colocar em prática o que aprendemos: visamos à organização, planejamento, uniformes, marketing e equipamentos”, destaca ela.

Atualmente, a equipe conta com seis pessoas, em que Mayssane é a única mulher: “sou uma mulher, mãe, formada. Estava desempregada e vi, nesse ramo, uma oportunidade para poder trabalhar com o público. E é como diz a frase: ‘lugar de mulher é onde ela quiser’”.

E, diante do cenário de pandemia, como reagiu a empresa de Mayssane? “Os eventos, como sabemos, diminuíram”, diz, “mas, não podíamos parar de vez. Seguimos readaptando os serviços conforme os eventos, de forma que fique seguro para os clientes e para nós. Não deixou de ter um casamento mais simples, um pequeno aniversário em casa... Orientamos os clientes quanto ao nosso atendimento, mediante o controle quantitativo de pessoas no evento e uso de máscaras e álcool”.

Keleen Moraes

Natural Contemporâneo, é uma loja digital - e em muito breve vai para um espaço físico - de cosméticos e produtos para aromatização de ambientes artesanais e naturais, da egressa do curso de Química Ambiental da UFT, Keleen Moraes. A fabricação e comercialização desses produtos, foram uma paixão descoberta ainda no mestrado em Química, no Câmpus de Gurupi, onde teve contato com a área.

A empreendedora iniciou o negócio em 2020 vendendo os produtos, exclusivamente, de forma virtual pelo Instagram da loja. Com o aumento da clientela, Keleen notou a necessidade de um espaço físico, para atender as demandas e expandir o empreendimento, a loja física será inaugurada em breve, na cidade de Gurupi.

Keleen conta que os conhecimentos adquiridos durante o seu mestrado fizeram despertar a curiosidade e paixão pelos produtos que hoje desenvolve: “Usei da química e do meu conhecimento no mestrado, onde tive contato direto com esse tipo de produto e fui me aprofundando na pesquisa.”, disse Keleen.

Perseverança, coragem e determinação, são as características que uma empreendedora deve ter para vencer os desafios sociais que todos os dias são impostos. “Todos os dias somos desafiadas e tiradas da zona de conforto. Precisamos entender um pouco de tudo e ter muita coragem para vencer os desafios sociais.”

Vinda de uma família em que empreender é cultural, a egressa sempre encontrou o apoio no seio familiar. “ Não crescemos sozinhos, precisamos da ajuda de pessoas e a companhia de pessoas que confiamos, para compartilhar as conquistas.”