Pesquisador apresenta resultados de pesquisa sobre identidade tocantinense em músicas regionais
“As referências culturais são o que caracterizam os agrupamentos ou nações, e a formação de nações é um dos critérios para se atribuir identidade, que é, em última análise, a melhor ferramenta de negociação entre o que se é e que se pode ser”. Essa é apenas uma das constatações apontadas na dissertação de Paulo Albuquerque, egresso da primeira turma do Programa de Pós Graduação em Comunicação e Sociedade (PPGCom) da Universidade Federal do Tocantins. Albuquerque fez análise em enunciados de 24 narrativas dos compositores/cantores tocantinenses Genésio Tocantins, Éverton dos Andes, Lucimar, Juraíldes da Cruz, Braguinha Barroso e Dorivã.
Segundo o pesquisador, o desafio do estudo era encontrar elementos discursivos que denotassem a identidade da região, a priori, os mais tradicionais. Para tanto, orientado pela doutora Verônica Dantas Meneses, partiu do princípio que os narradores escolhidos teriam, sim, todas as condições de expressar fatores intrínsecos e extrínsecos de tocantinidade em letras, músicas e arranjos, fatores estes que motivaram a busca. Como escolha metodológica foi orientado a aplicar os ensinamentos da obra Análise Crítica da Narrativa, do teórico brasileiro Luiz Gonzaga Motta, o que, de fato, facilitou a tarefa.
Além de professor na área de comunicação e jornalista, Albuquerque é músico, compositor e advogado, estudando, nessa linha (paralelo e interligado aos temas da comunicação e da cultura) os principais marcos previstos para garantir direitos fundamentais, tal como a necessidade de cumprir o princípio constitucional da comunicação regionalizada, que segue à deriva, ignorado pelo legislador e tratado com indiferença pelo Supremo Tribunal Federal.
Buscando sensibilizar autoridades, logo após a finalização do mestrado em Comunicação e Sociedade, o autor da pesquisa, que recebeu o título de ‘A identidade Tocantinense em Narrativas da Música Regional’, iniciou um programa na rádio Palmas FM, apresentado na companhia de Genésio Tocantins, e que foi motivo de moção de aplausos na Câmara Municipal de Gurupi, cidade de origem de Paulo Albuquerque. O programa foi retirado do ar quando a emissora passou da Fundação Radiodifusão Educativa do Estado do Tocantins (Redesat) para a Universidade do Tocantins (Unitins), mas o retorno está sendo negociado.
O AmazoniCanToria, projeto musical que tem à frente cinco dos seis narradores analisados na pesquisa de Paulo Albuquerque, pode também ser incluído entre as sementes dos pesquisadores que têm se dedicado à difusão e fortalecimento da cultura regional. O projeto estreou em Palmas no dia 22 de maio último e lotou o Teatro Fernanda Montenegro. Na semana seguinte, o sucesso se repetiu na cidade de Gurupi. “Precisamos atuar em conjunto. A pesquisa na academia é muito importante, mas tem que proporcionar ações no meio social, tem que vir acompanhada de atividades que possam consolidar os objetos estudados, principalmente nas ciências sociais aplicadas”, conclui Albuquerque.
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