Projetos de extensão: o vínculo entre a Universidade e a sociedade
O tripé acadêmico prevê que as bases para a experiência universitária são compostas pelo ensino, pela pesquisa e pela extensão. Em razão disso, e dada celebração dos 15 anos da Universidade Federal do Tocantins, exaltamos todos os coordenadores de projetos de extensão e estudantes extensionistas pelos trabalhos desenvolvidos.
Segundo levantamento da Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários (Proex), estão em andamento, desde 2017, cerca de 400 projetos de extensão. A pró-reitora Maria Santana Milhomem explica que as comunidades devem participar desses projetos e, a partir disso, a universidade cumpre seu papel social, no qual a extensão tem grande importância. "A extensão dá vida para esses espaços que muitas vezes são duros, dentro de uma sala de aula. Então a partir da extensão você consegue ter uma oxigenação maior do conteúdo, do conhecimento. Não que a extensão seja a alma do negócio, porque é um tripé, mas a partir dela você conecta o que você vê na universidade com os muros externos e vice-versa”, ressalta.
Embora todos devessem ser contemplados, foram selecionados três projetos de extensão que demonstram o comprometimento da Universidade com a comunidade, abordando temáticas distintas.
Fábrica de Software
O projeto de extensão "Fábrica de Software" do curso de Ciência da Computação do Câmpus de Palmas, promove um ambiente em que se produz meios de facilitar atividades por meio da tecnologia. Um dos projetos desenvolvidos em 2017 foi o Sistema Gestão de Auto Nível, que teve grande destaque por possibilitar o monitoramento em tempo real da captação da água de rios. Vários outros projetos são desenvolvidos, mas todos visam otimizar atividades.
O coordenador do projeto, Ary Henrique Morais, compartilha o aprendizado de seus alunos sobre comunidades quilombolas, cujo contato foi feito no projeto do Aplicativo para o Programa Social Um Sorriso do Tamanho do Brasil (STB), e explica que “a sociedade tem que entender que a universidade federal é para isso, ela não é gratuita, a sociedade paga por ela e a gente precisa devolver isso. Eu acho que as ações de extensão, principalmente na parte social, é a forma que a gente tem de devolver o investimento que a sociedade faz na universidade”, destacou Morais.
Encrespa: O resgate cultural e intelectual da população afro descendente
Em Miracema, o "Encrespa" surgiu inicialmente por uma necessidade dos estudantes do Câmpus de debaterem o movimento negro. O projeto foi institucionalizado e hoje é coordenado pela professora Rosemeire Santos, que explica que durante os encontros são realizados debates de histórias da população negra. "Os debates são sobre a história do turbante, por que que se usava o turbante, oficinas e também sobre outros costumes do brasil que são de descendência afro”, explicou Santos.
O estudante Willy Cardoso, um dos idealizadores do projeto, conta que “após cada encontro realizado, podemos perceber nos membros uma mudança bem significativa. E hoje, com o projeto voltado mais para a população secundarista, temos um grande trabalho que pode realizar encontros para fortalecer este debate dentro das escolas”.
Descolonizando Nossas Áreas Verdes
O "Descolonizando Nossas Áreas Verdes" é um projeto de extensão do Câmpus de Gurupi, que está em seu segundo semestre e promove o resgate de plantas importantes na cultura de povos indígenas e quilombolas. Segundo o coordenador, Gabriel Zanatta, no semestre passado a líder quilombola da Ilha de São Vicente, Fátima Barros, cursou Engenharia Florestal em Gurupi e trabalhou a questão da identidade com os estudantes. "Dona Fátima não pode continuar estudando aqui, mas nos conseguiu doações de mudas e sementes tradicionais de seu povo que vieram compor o Banco de Sementes e plantas dos Grupos de Trabalho Indígenas e Quilombolas”, pontuou.
Algumas das sementes doadas precisavam ser plantadas para não estragarem, portanto foram feitas mudas em uma casa de vegetação particular. As mudas estão sendo cuidadas, atualmente, por uma das bolsistas. No projeto ainda são realizados encontros para troca de conhecimentos a respeito da importância das plantas para cada cultura e prevê-se a plantação de um jardim etnobotânico e uma roça tradicional indígena e quilombola, que deve ser preparada na época de seca e plantada no fim do ano, mas aguarda liberação de áreas.
Redes Sociais