PET de Enfermagem vai promover Roda de Conversa sobre hanseníase nesta quarta-feira
Reconhecendo a problemática da hanseníase como endemia oculta no Tocantins e suas repercussões para o Sistema de Saúde (SUS), indivíduo portador da doença, familiares e comunidade, o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) da Universidade Federal do Tocantins (UFT) promoverá uma Roda de Conversa nesta quarta-feira (07) abordando para a comunidade acadêmica os principais aspectos da doença.
A Roda, que ocorrerá das 10h às 12h no Bloco D (Anfiteatro) do Câmpus de Palmas, tem como tema "Hanseníase: Mobilizando o Câmpus contra a doença". Para compor e iniciar a conversa, participarão representantes da área técnica da Hanseníase da Secretaria Municipal de Saúde (Semus) e da Secretaria Estadual da Saúde (Sesau). Além destes, haverá a presença do Grupo de Estudo em Pesquisas e Feridas da UFT; o Movimento de Reintegração de Pessoas com Hanseníase (Morhan Palmas); a Associação Brasileira de Enfermagem do Tocantins, com papel político e pedagógico na formação da Enfermagem; e a médica hansenóloga Seyna Rabelo.
Já na quinta-feira (08), alunos do PET Enfermagem promoverão orientações sobre Hanseníase no Hall da Biblioteca e no Restaurante Universitário.
PET/Gradua Sus
O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET/GraduaSUS) atualmente desenvolvido em parceria com UFT, Centro Universitário Luterano de Palmas (Ceulp/Ulbra) e Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas (Fesp Palmas), tem como um dos seus objetivos a integração do ensino, serviço e comunidade. Nele, há a humanização do cuidado e a integralidade da assistência no desenvolvimento das atividades que considerem a diversificação de práticas e redes colaborativas na formação para o SUS.
Segundo a professora de Enfermagem e coordenadora do PET Enfermagem, Juliana Maria Bertho, O Programa teve início em maio de 2016 e objetiva discutir os cenários de prática, aperfeiçoando os projetos político-pedagógicos dos cursos participantes da Universidade - Enfermagem, Nutrição e Medicina.
Como relata a professora, o projeto veio para discutir o que se pode modificar no Projeto Pedagógico de Curso (PPC) do curso de Enfermagem diante da realidade em que vivemos. "Uma delas é a questão da Hanseníase como um tema transversal, uma vez que hoje é uma epidemia no Tocantins. Na verdade, hoje esta doença é uma epidemia oculta e estamos vendo que os indicadores aumentam muito, principalmente em Palmas. Temos mais de 900 pessoas com Hanseníase numa população que é de mais ou menos 280 mil habitantes", ressalta Juliana.
A professora lembra ainda que o Tocantins é cercado de estados hiperendêmicos - como Maranhão, Pará, Piauí - e isso dificulta ainda mais a diminuição de incidência. "Os portadores da doença migram facilmente de lá pra cá, facilitando a transmissão da doença através de casos que não detectamos, se disseminando pela comunidade", finaliza.
Janeiro Roxo
A Campanha Janeiro Roxo é voltada para a conscientização da Hanseníase. Em 2016, o Ministério da Saúde oficializou o mês de janeiro e consolidou a cor roxa para campanhas educativas sobre a doença.
De acordo com a professora Juliana, há uma grande necessidade dentro da região Norte de se discutir as causas, o tratamento e a rotina de quem convive com a doença. "Muitas pessoas saem da Universidade e nem sabem o que é Hanseníase; acha que nem existe. Realmente, na Europa praticamente não há números, mas o Brasil ocupa o 2º lugar no ranking de país do mundo com maiores casos de Hanseníase, perdendo apenas para a Índia. Esse olhar deve ser modificado", afirma a docente.
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