Romance de Erre Amaral abrirá o projeto Diálogos Literários

“Com um vocabulário inventivo, compatível tanto com a imaginação quanto com a ignorância e a inocência de uma menina, a atmosfera de desamparo material dialoga com a fortuna afetiva, desmontando preconceitos e a ideia equivocada de que temas como a solidão, a penúria, a prostituição e a morte não podem ser trabalhados com delicadeza”, é o que diz a escritora gaúcha Helena Terra acerca do romance Do mundo, suas delicadezas, do escritor, poeta, ensaísta e professor do Colegiado de Filosofia da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Roberto Antônio Penedo do Amaral, autor que firma seus escritos sob o pseudônimo de Erre Amaral.

O evento ocorrerá dia 24 de junho, às 9h30 da manhã, na Sala de Música do Sesc/Palmas. O lançamento da obra é aberto ao público e contará com um bate-papo com o autor que também é coordenador do projeto Diálogos Literários. O Projeto Diálogos Literários busca fomentar a leitura e a discussão de obras literárias na cidade de Palmas e a formação de público leitor de literatura e acontece graças a parcerias entre diferentes setores da UFT. Esta é sua primeira edição.  As ações do projeto ocorrerão uma vez por mês.

Diálogos Literários

Para o professor Roberto Antônio Penedo do Amaral, o Projeto de Extensão Diálogos Literários tem um objetivo claro e simples: contribuir para a formação de leitores/as de obras literárias de diversos gêneros, junto à comunidade moradora da cidade de Palmas. “Com a apresentação de obras e autores/as da literatura contemporânea brasileira e da literatura universal, o Diálogos Literários buscará alcançar tais leitores e leitoras, mediante interlocução direta e convite à leitura e à interpretação”, pontua Amaral.

Vozes sobre Do mundo, suas delicadezas,

No texto de orelha, a escritora Márcia Barbieri, considera que Erre do Amaral “consegue inaugurar uma língua singular, a qual nos surpreende mais pela sinestesia do que pelas inovações lingüísticas, embora faça ambas com maestria.”

Já a prefaciadora da obra, Betzaida Mata, assim destaca o humanismo na narrativa de Amaral : “Chamar as dores por seus nomes próprios! Disso, Erre Amaral entende bem. Exímio garimpeiro de palavras, ele sabe que elas devem ser tomadas como artigo raro, cada uma cheia de riqueza e densidade própria. Feito no poema de Pessoa, as palavras de Erre animam tudo, emprestam humanidade a tudo, aos homens e às pedras, às almas e às máquinas.”

Erre Amaral conta que Do mundo, suas delicadezas, é o seu terceiro romance. Le mot juste e Uma Denise, os dois anteriores, são romances experimentais, com forte acento borgeano, embora com suas virtudes peculiares. Já em Do mundo, vivencio aquilo que Jorge Luis Borges chamou de romance de peripécia, no prólogo a A invenção de Morel de Adolfo Bioy Casares. E que “o caráter experimental não é abandonado de todo, pois trata-se de uma narrativa construída na forma de um grande poema épico contemporâneo”, conclui o escritor.

Sobre o autor
Erre Amaral nasceu em Porto Velho (RO) em 1965, é escritor, poeta e ensaísta. Autor de Do mundo, suas delicadezas, (romance, Editora Penalux, 2017), 54 [+ uma] mulheres do baralho (poemas, Editora Cousa, 2015) Contos extraviados (contos, Butecanis Editora Cabocla, 2015), Uma Denise (romance, Editora Cousa, 2014), Le mot juste (romance, Orobó Edições, 2011) e Paul Ricoeur e as faces da ideologia (ensaio, Editora da UFG, 2008). Assinou a coluna ‘O mal-entendido universal’ na Germina – Revista de Literatura e Arte, e assina a coluna ‘Memorabilia’ na Revista Pausa. Editor de Palávoraz – Literatura e Afins. Coordenou o Projeto de Cultura Café Literário em Diamantina (MG). Curador do Projeto Caravana Rolidey – Literatura na Estrada. Despacha na blogue literário piERREmenardiando. Doutor em Educação (UFG) e professor de graduação e pós-graduação do Curso de Filosofia da UFT, em Palmas (TO).