Egressa da UFT é aprovada em seis programas de residência médica do país
Para quem se forma em Medicina, ingressar em um programa de residência médica é motivo de comemoração e também um grande desafio. E se esse desafio for multiplicado por seis e a comemoração também? Foi o que aconteceu com Isabele Parente de Brito, para felicidade dela e orgulho da família e dos professores do curso de Medicina da UFT.
Recém-formada da oitava turma de médicos da Universidade Federal do Tocantins, ela conquistou vagas em seis concorridos programas de residência em clínica médica e garantiu, inclusive, o primeiro lugar na classificação entre mais de dois mil candidatos no processo seletivo do Sistema Único de Saúde (SUS), no estado de São Paulo. Além disso, passou na seleção unificada do SUS no estado de Goiás, na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), na Universidade Estadual de Campinas, e na Universidade de São Paulo (USP), em São Paulo e em Ribeirão Preto.
Para isso, ela enfrentou uma maratona de entrevistas, provas teóricas e práticas que começou em novembro de 2016 e só terminou no dia 20 de janeiro deste ano, quando cumpriu o último compromisso do exigente cronograma. E o número de aprovações poderia ter sido ainda maior, mas diante da agenda apertada de provas e dos resultados que foram aparecendo ela desistiu de outros dois processos seletivos em que estava inscrita.
Dentre tantas opções, escolheu a USP e está de malas prontas para continuar sua formação na capital paulista. "Depois pretendo me especializar em reumatologia e gostaria muito de um dia ser professora aqui na UFT para retribuir de alguma forma tudo o que aprendi", projeta.
Natural de Miracema, filha de mãe enfermeira e pai médico, aos 23 anos Isabele segue um caminho que não imaginava até algum tempo atrás. Isso porque, apesar da influência dos pais, a Medicina não era a sua primeira opção. "Não foi algo pensado durante muito tempo. Eu pensava em cursar Economia. Só mudei mesmo quando fui fazer a inscrição para o vestibular", lembra.
Aprovada na UFT e também no Ceará, onde os pais nasceram, aos 17 anos ela seguiu os conselhos do amigo da família e professor da UFT, Itágores Hoffman I, para permanecer no Tocantins, e diz que não se arrepende. "Além de ficar perto da família, na UFT eu tive professores muito competentes, dedicados, e também muitas oportunidades que me ajudaram a conseguir esses resultados", comenta ela, que também atribui o sucesso nas seleções de residência a um esforço extra, já que fez curso preparatório particular paralelamente à graduação na Universidade.
Mas, para o professor Itágores I, que é coordenador do programa de Residência Médica da UFT, o cursinho não é necessariamente um diferencial, já que em geral os estudantes que pretendem ingressar na pós-graduação fazem essa preparação.
"O que faz diferença mesmo é o esforço dos alunos e a base que eles têm", afirma. "A Isabele se envolveu desde cedo com atividades de extensão nas ligas acadêmicas, com projetos de iniciação científica e programas de Monitoria. Essas experiências enriqueceram o currículo dela e também fizeram com que ela chegasse mais preparada nesses processos seletivos", avalia ele.
Mais que um bom resultado
Apesar de emblemático, o caso de Isabele não é o único de êxito entre os egressos da UFT. "Ainda não tivemos tempo hábil de fazer um levantamento completo, mas muitos outros alunos da turma VIII, que acabou de se formar, passaram na residência. E não só isso, também percebemos que vários alunos da turma IV, V, VI e VII, que se formaram em 2016, 2015, também entraram na residência agora", comenta o professor Antônio Fagundes, que estima que pelo menos 70% dos formados das últimas turmas da Medicina da UFT tenham ingressado na pós-graduação.
E se muitos estão obtendo êxito fora daqui, também é verdade que muitos buscam se especializar na própria UFT, que realizou a primeira seleção para residência médica em 2010. Em 2017, foram 52 aprovados para 19 programas de especialidades em um dos processos seletivos mais rigorosos da Região Norte, por ser o único, segundo Itágores, que inclui a etapa de prova prática.
"Era meu sonho fazer residência aqui", diz Emmanuelle Moraes, formada pelo ITPAC, de Porto Nacional, recém-matriculada na residência em ginecologia e obstetrícia da UFT.
"O Tocantins foi o último estado a ter Programa de Residência Médica e hoje já ultrapassa a maioria dos estados da Região Norte em número de vagas e de programas", destaca o professor Itágores. "Por tudo isso nós podemos afirmar, com segurança, que hoje a UFT oferece uma boa formação no nível da graduação em Medicina, e também uma boa residência, no nível de pós-graduação, e estamos caminhando para mais do que isso, com a real perspectiva de concretização do nosso hospital universitário, que é o que falta para alcançarmos um nível de excelência", avalia ele.
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