O que a UFT inventa e como protege suas invenções?
Universidade tem 29 pedidos de patentes, outras dez em análise e 16 registros de software criados por nossos pesquisadores
“Tudo o que poderia ter sido inventado já foi inventado”. Embora não se tenha certeza sobre o autor da frase, ela é normalmente atribuída a um homem que viveu entre o século XIX e o século XX. Mas nem é necessário pesquisar para ter a certeza de que muita coisa foi inventada de lá pra cá.
Depois disso a internet foi inventada em 1969 e Daiani dos Santos inventou o Duplo Twist Carpado em 2003, para ficar em apenas dois exemplos bem distintos. Sem contar que todo dia alguém inventa pelo menos um aplicativo para fazer de forma mais fácil aquilo que você precisa fazer.
Mas afinal existe um lugar apropriado para as pessoas inventarem algo? Isaac Newton inventou a Teoria da Gravidade após uma maçã cair em sua cabeça acidentalmente. Então, aparentemente dá para inventar algo até mesmo descansando nas sombras de uma macieira. Porém existe pelo menos um lugar em que as pessoas estão constantemente aprendendo, pesquisando e experimentando: a Universidade.
Como funciona isso na UFT?
A Universidade Federal do Tocantins tem o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), setor ligado à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesq) e que tem como objetivo a proteção, manutenção e transferência de propriedade intelectual. Os pesquisadores recebem atenção do NIT quanto à propriedade intelectual, legislação e realização de cursos e palestras, além de divulgar as tecnologias geradas na universidade.
As tecnologias inventadas pela UFT transformam-se em patentes: de invenção ou de modelo de utilidade, quando é uma adaptação de algo que já existe. Segundo a coordenadora do NIT, Claudia Auler, a maioria das patentes da UFT é de invenção. "Os depósitos de patente da UFT são em sua grande maioria das áreas de biotecnologia, química e engenharias".
Segundo dados do NIT, a UFT tem uma patente internacional, depositada via Tratado de Cooperação de Patentes (PCT), além de 29 pedidos de patentes a nível nacional depositados no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e dez pedidos em análise pelo NIT. Também foram concedidos 16 registros de programas de computador (software) criados na UFT, além de outros três registros de software em tramitação.
Para conhecer em detalhes todas as invenções da UFT, você pode ver o portfólio de patentes acesse aqui e o portfólio de softwares aqui.
Quando existe a suspeita de que algo é de fato uma invenção, é preciso verificar se é algo realmente inédito, e a partir daí proteger o direito à propriedade intelectual para que os criadores sejam devidamente reconhecidos e até mesmo recompensados, se for o caso.
Aprendizado com a patente internacional
Há cerca de dois anos, a UFT registrou seu primeiro pedido de patente internacional. O produto é resultado da pesquisa desenvolvida durante a dissertação de mestrado defendida por Éber Souza, sob a orientação do professor Sérgio Ascêncio, docente nos programas de pós-graduação em Agroenergia e Rede Bionorte da UFT, e co-orientação do professor Adão Montel, docente na UFT. Os três são creditados como inventores da inovação, que consiste em produzir açúcar fermentescível – ou seja, que pode ser convertido em álcool (etanol) – tendo como fonte de matéria-prima a quitosana, presente em crustáceos e insetos.
Desde então, a coordenadora do NIT, Claudia Auler diz que o processo de proteção intelectual tem avançado na UFT. Em 2018 uma empresa especializada foi contratada para efetuar e manter a proteção da invenção nos países estratégicos, que no caso foram escolhidos China, EUA e Japão. “O próximo desafio é a valoração da invenção e a prospecção de empresas interessadas na tecnologia protegida para realizar a transferência tecnológica, entregando assim o processo para a sociedade e gerando ganhos econômicos tanto para os pesquisadores quanto para as instituições envolvidas, no caso a UFT e o IFTO”.
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