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COP 28

Estudantes da UFT representam a universidade na COP 28 da ONU

Escrito por Caroline Carvalho | Publicado: Miércoles, 10 Enero 2024 16:35 | Última actualización: Miércoles, 10 Enero 2024 16:46

Entre os dias 30 de novembro a 12 de dezembro de 2023, ocorreu em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. O evento contou com a participação de dois estudantes de graduação da Universidade Federal do Tocantins (UFT): Maria Gabriella Souza, do curso de Direito; e Olavo Lisboa, do curso de Pedagogia.

Para Maria Gabriella, a oportunidade surgiu através do programa Operação COP, organizado pela ONG Climate Reality Brasil, que seleciona jovens universitários para representarem seus países. A seleção é realizada em vários países da América Latina, mas foi a primeira vez que ocorreu no Brasil.

“Foi a minha primeira COP, tudo muito novo. Estava acompanhando o diplomata Daniel Machado nas discussões de Transição Justa, estava sentada nas mesas de negociação, entendendo de perto como todas essas decisões são tomadas e como o Brasil atua nesses ambientes. Fiquei impressionada, como nas discussões que acompanhei, o corpo diplomático brasileiro se mostrou líder em trazer os temas que são realmente importantes para nós, que é a questão da justiça nessa transição, para que os mais vulnerabilizados não continuem pagando por erros que não possuem nem 1% de contribuição”, afirma a estudante.

Há um ano, a jovem atua como pesquisadora da temática, especificamente sobre como a transição energética tem impactado as comunidades tradicionais, na ONG ID Global. “Comecei na discussão climática através dos estudos étnico-raciais e de gênero. Além disso, desde o início da universidade, tenho muito interesse na área do Direito Internacional dos Direitos Humanos. Minha orientadora, a professora Gleys Ially dos Santos, é do curso de Relações Internacionais da UFT e me ajudou durante o processo para conseguir participar do programa e ter essa experiência de estágio com o Itamaraty. O Núcleo de Pesquisa e Extensão Étnico Racial e Educação da UFT foi, também, um dos maiores responsáveis pela minha formação em teoria crítica racial e racismo ambiental, liderado pela professora Ana Lúcia Pereira”, esclareceu.

O processo seletivo envolveu duas fases: primeiro, os estudantes enviaram currículo, carta de motivação e um vídeo respondendo algumas dúvidas relacionadas ao tema. Em seguida, fizeram uma entrevista com coordenadores do programa. Toda a seleção se deu em inglês devido à natureza das atividades a serem desenvolvidas com o Ministério das Relações Exteriores.

Para Olavo, a participação na COP 28 veio através da Coalizão Vozes do Tocantins pela Justiça Climática, uma rede com mais de 10 instituições no estado, dentre as quais a UFT faz parte, com o curso de Turismo Socioambiental e Patrimonial, do Câmpus de Arraias. “Por ter uma participação efetiva no câmpus, por meio do movimento estudantil e ser de família tradicional da agricultura familiar, a professora Valdirene me indicou para fazer o curso de Formação em Comunicação e Justiça Climática da Coalizão com duração de 6 meses, composto por 4 módulos. Fui eleito pelos colegas no último módulo, com a principal missão de fazer incidência, representando não apenas a Coalizão Vozes, mas também a juventude tocantinense, o Bioma Cerrado e o grupo Olhares Quilombolas, levando a mensagem de que somos contra a mineração em territórios tradicionais”, explica.

De acordo com o estudante, ter participado do evento da ONU foi uma experiência enriquecedora, embora desafiadora e cansativa. “Conhecer pessoas de várias partes do mundo engajadas na mesma luta foi engrandecedor, especialmente, os companheiros brasileiros. Foi uma oportunidade de conexão, de criação de laços e possibilidades de ações e projetos futuros. Levamos a pauta do Cerrado e seus problemas para discussão. Foi gratificante encontrar outros defensores e protetores desse bioma tão importante. Essa foi a minha primeira COP, em que passei sete dias e onde consegui entender melhor o que é, de fato, uma COP, como funciona e o que temos que fazer após. A juventude tocantinense, principalmente a juventude negra, deve estar nesses espaços”, pontua Olavo.

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