Parfor: a busca por conhecimento supera desafios
Desde 2010, a UFT oferta cursos de graduação, por meio do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor). Docentes de diversos municípios tocantinenses abdicam de suas férias, do tempo com a família para se qualificar. Alguns viajam de moto, em estrada, para assistir às aulas, outros passam dificuldades financeiras. São casos reais de pessoas que superam seus próprios limites. O desejo de conquistar uma educação superior numa instituição pública alimenta as expectativas futuras desses estudantes universitários.
Eldina Dias dos Santos, de Chapada da Natividade, estudante de Pedagogia do Câmpus de Palmas, é professora desde 2003. Ela reforça que o curso é uma oportunidade para sua vida profissional. A universitária relembra as dificuldades que vivenciou no início de sua jornada acadêmica, principalmente porque não conhecia nada na Capital. “Antes eu morria de medo de me perder em Palmas. Se eu não tivesse feito esse curso, até hoje eu teria medo de andar na cidade”, relata.
Eldina pontua os benefícios de sua formação superior. “Estou conseguindo desenvolver mais no meu trabalho. Na minha vida pessoal, estou conseguindo resolver problemas com mais facilidade.” Com lágrimas nos olhos, Eldina desabafa: “Foram quatro anos que deixei de viajar, de ficar com a família, mas é gratificante. Valeu à pena o sacrifício”, cita.
Cássia Sales Moura, do Povoado Mansinha, distrito de Rio Sono, acadêmica de Matemática do Câmpus de Palmas, leciona há 10 anos. Cássia é pedagoga e ministra aulas de matemática no povoado onde mora. Ela diz ser indispensável graduar-se numa disciplina específica. Contudo, realizar esse objetivo seria desafiador. A estudante é casada e tem um filho pequeno.
Ao vir a Palmas em suas férias para estudar, Cássia teria menos tempo para ficar com a família. Ela motiva-se com a expectativa de ter um futuro profissional melhor. “Fazendo do sofrimento, da saudade, uma luta para vencer”, reforça. A acadêmica gostaria de passar num concurso e continuar trabalhando na área.
A licenciatura em Matemática do Parfor trouxe para Cássia algumas mudanças. “As minhas aulas eram mais tradicionais. Eu mudei a minha didática em sala de aula. Hoje eu já uso as tecnologias, apesar de ser precário no povoado onde a gente mora” explica. A universitária ainda acrescenta que o conteúdo de suas aulas melhorou significativamente.
Elizângela Sousa da Cunha Costa, do Povoado Mansinha, distrito de Rio Sono, é pedagoga e está na sala de aula há sete anos. Colega de trabalho de Cássia, a estudante de Matemática do Câmpus de Palmas também viu o quanto era imprescindível fazer uma graduação em Matemática.
Para assistir às aulas, Elizângela deixa os filhos com parentes próximos. Ela fica triste com essa situação, pois não gosta de ficar longe deles, especialmente quando as férias deveriam ser a ocasião que mais os aproximariam. Mas a universitária encara essa barreira com resiliência. “A necessidade de adquirir um maior conhecimento na área de matemática e a vontade de ter uma graduação na área em que trabalho, faz com que eu supere todos esses desafios”.
Com entusiasmo, Elizângela relata o retorno que o curso proporcionará para ela. “As minhas expectativas são as de sempre continuar a dar aulas de Matemática e poder passar um maior conhecimento aos alunos. Isso é uma coisa que eu gosto de fazer. A profissão que eu escolhi é ser professora. Escolhi não por necessidade, mas porque gosto de dar aula”, explica.
De acordo com a Coordenação Geral do Parfor, até o primeiro semestre de 2016, o Parfor/UFT já formou 570 alunos/docentes, nos cursos de Pedagogia, Geografia, História, Letras (Inglês/Português), Matemática, Artes/Teatro, Informática, Ciências Biológicas/Biologia e Educação Física.
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