Dentre as inúmeras possibilidades que a profissão de Jornalista oferece nos dias atuais, principalmente com a ascensão digital, a egressa Lauane dos Santos caminha por uma antiga prática: a escrita impressa. Por conta disso, Lauane é a convidada desta quinta-feira (28) do projeto Compartilhe, realizado no Senai/Cetec, às 20h, pelo Observatório de Pesquisas Aplicadas ao Jornalismo e ao Ensino - Opaje/UFT e Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Tocantins - Sindjor/TO. Na terceira edição do ano, a jornalista irá ministrar um workshop sobre o processo de criação de um livro-reportagem.
Lauane dos Santos se formou em Jornalismo na Universidade Federal do Tocantins em fevereiro deste ano, mas a convidamos para uma conversa a fim de entender o por quê ela hoje tem sido uma referência local para falar sobre o assunto.
Livro-reportagem como produto de comunicação
Livro-reportagem é uma modalidade jornalística que une literatura e jornalismo. Uma grande reportagem que se utiliza de recursos do jornalismo literário para narrar boas histórias. E foi assim que Lauane concluiu o curso: apresentando o livro Banca Exposta, que retrata o cotidiano dos feirantes de Palmas. A jornalista foi a responsável por todas as etapas de produção do seu projeto experimental: escreveu, entrevistou, fotografou e também cuidou da diagramação e a finalização do livro. "Estudei muito sobre como fazer e fiz tudo [...]. Aprendi tudo conforme a necessidade do último período e, óbvio, tive ajuda das melhores pessoas possíveis ", revela. Apesar de todo o trabalho, Lauane garante que o resultado final foi gratificante. "O orgulho é maior, e a sensação de vitória também. Até porque toda a produção me ajudou demais a finalizar minha formação com chave de ouro", declara.
Lauane dos Santos
Quando perguntada sobre como a possibilidade de realizar um Projeto Experimental - neste caso, um livro - como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) influencia no seu dia a dia como profissional jornalista, Lauane afirma que a experiência foi essencial para que ela se tornasse uma jornalista mais humana, e não somente técnica. "Aprendi muita coisa em um único período, coisas que eu ainda não tinha me atentado durante a faculdade. Escrever de uma maneira poética, mas ao mesmo tempo informativa. Todos os feirantes que eu entrevistei posso dizer que nos tornamos bem próximos. Ao final da escrita, voltei na feira, mostrei como ficou o trabalho final, li os capítulos para os feirantes - donos das histórias- e eles aprovaram cada coisinha, me ajudaram a escolher as melhores fotos. Quando fui aprovada no TCC com nota máxima voltei lá para dar a boa notícia e agradecer pela ajuda." Ela finaliza dizendo que o livro não é só dela, mas dos feirantes também: sem os feirantes, o Banca Exposta nem existiria.
Banca Exposta premiado
Impresso em número limitado, somente para a apresentação do TCC, o livro ainda não foi publicado e lançado por nenhuma editora, mas foi premiado no XVII Congresso de Ciências da Comunicação da Região Norte ( Intercom Norte) em maio deste ano. Lauane foi a única egressa representando a UFT, e recebeu a maior premiação na categoria livro-reportagem. Agora ela se prepara para apresentá-lo em Joinville (SC), em setembro, no Intercom Nacional. Para Lauane, o prêmio regional a marcou de maneira especial. "Eu sempre quis fazer algo no meu TCC que fosse mais voltado para as minorias, comunicação popular etc. Meu livro-reportagem fala disso, é regional, então é muito importante ser reconhecida na própria região por algo que é nortista. Isso é bacana, é ter algo da nossa região valorizado."
Para finalizar nossa conversa, Lauane dá uma lição de inspiração e motivação ao explicar suas escolhas. "Queria que as pessoas que fossem meus objetos de estudo tivessem um retorno, pudessem ter acesso ao meu trabalho, aí veio a ideia de fazer um projeto. Como eu sou escritora desde pequena, logo pensei em um livro. Quando escolhi fazer um projeto não tinha certeza se era o melhor. Isso me deu um certo medo, porque eu trabalhava 10 horas por dia e ainda tinha que concluir o curso. Aí uma grande amiga me lembrou que minha paixão, e meu sonho, era escrever um livro, então eu teria que realizá-lo. O Banca Exposta me ajudou a realizar meu sonho de começar a escrever livros (e vou segui-lo!)", finaliza.
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